04/09/2019 05h49 - Atualizado em 04/09/2019 05h49

Operação Vagatomia / Universidade Brasil em Fernandópolis, deve sofre intervenção judicial

19 pessoas foram presas e 3 estão foragidos. Os donos da faculdade também estão presos

A Polícia Federal deflagrou em Jales/SP, terça-feira (03), a Operação Vagatomia, que investiga um grande esquema de fraudes na concessão do Financiamento Estudantil do Governo Federal (FIES) e na comercialização de vagas e transferências de alunos do exterior (principalmente Paraguai e Bolívia) para o curso de medicina em Fernandópolis/SP. Bolsas do PROUNI e fraudes relacionadas a cursos de complementação do exame REVALIDA também estão sob investigação da PF.


O delegado regional de investigação no combate ao crime organizado do Estado de São Paulo, Marcelo de Carvalho, disse durante entrevista coletiva na sede da Policia Federal de Jales que o núcleo da Universidade Brasil em Fernandópolis, deve sofre intervenção judicial e uma comissão do MEC deve gerenciar, já que praticamente toda a diretoria do campus estaria comprometida.

Estimativas iniciais da PF indicam que, nos últimos cinco anos, aproximadamente R$ 500 milhões do FIES e PROUNI foram concedidos fraudulentamente. Cursos relacionados ao exame REVALIDA e transferências do exterior para cursos de medicina no Brasil também estão sob investigação. O reitor e dono da Universidade, Fernando Fernandes é apontado como chefe de uma organização criminosa.

A força tarefa também passará a investigar na segunda fase da operação, os alunos e seus pais que compraram as vagas ou fraudaram o Fies desde 2016. Os médicos já formados também serão investigados e poderão perder o direito de exercer a profissão após passa pelo conselho de disciplina do CRM, segundo informou os agentes da PF.

BALANÇO DA OPERAÇÃO VAGATOMIA – PF JALES/SP
• 19 - presos
• 03 - foragidos
• 01 - Simulacro de arma de fogo em Fernandópolis/SP

• Dólares, reais e euros apreendidos (em contabilização), Celulares, Laptops, mídias de armazenagem de dados, e muitos documentos que serão analisados em conjunto com perícias nos equipamentos eletrônicos apreendidos.

• Veículos, aeronaves e embarcações e valores em contas foram bloqueados de acordo com a ordem da Justiça Federal de Jales/SP;

• Em um dos mandados de prisão, em São João das duas Pontes/SP, o preso tentou fugir e se esconder em um telhado, mas foi capturado logo em seguida pelos federais,

• Em outro mandado em São José do Rio Preto, um casal foi preso. Antes dos federais conseguirem acessar o imóvel onde os presos residem, eles jogaram dois celulares e um laptop do oitavo andar, mas os equipamentos foram recuperados e passarão por perícia para extração de todos os dados;

• Em outro endereço em São José do Rio Preto/SP, relacionado a um empresário preso, foi localizada um documento com o título “Como lavar dinheiro”;

• Um empresário de São José do Rio Preto, dono de empresas que prestam cursos relacionados ao REVALIDA foi preso em São Paulo em um hotel de luxo.

• Os donos da universidade investigada foram presos. Um em seu apartamento em São Paulo e outro em Guarulhos, no Aeroporto Internacional. Ele retornava de uma viagem ao exterior.

• Todos os presos foram encaminhados para cadeias da região onde foram presos após audiência de custódia.

Aproximadamente 250 policiais federais estão cumprindo 77 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Jales/SP nas cidades paulistas de Fernandópolis, São Paulo, São José do Rio Preto, Santos, Presidente Prudente, São Bernardo do Campo, Porto Feliz, Meridiano, Murutinga do Sul, São João das Duas Pontes e Água Boa no Mato Grosso. Entre os mandados judiciais expedidos estão 11 prisões preventivas, 11 prisões temporárias, 45 ordens de busca e apreensão e 10 medidas cautelares (alternativas à prisão). A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados até o valor de R$ 250 milhões.

(com comunicação da PF Jales e Site Região Noroeste)