12/05/2021 08h57 - Atualizado em 12/05/2021 08h57

Como se proteger de fraudes eletrônicas praticadas pelo whatsapp e por outras plataformas digitais

Por Higor Vinicius Nogueira Jorge*

Muita gente tem sofrido prejuízos em virtude de fraudes eletrônicas e a plataforma WhatsApp tem sido muito utilizada para esse fim, sendo que as pessoas precisam se conscientizar da importância do uso ético e seguro desta plataforma e de outros recursos tecnológicos.

Criminosos estão se aproveitando da intensa utilização dos recursos tecnológicos decorrente da pandemia para obter vantagens indevidas das vítimas, muitas vezes clonando seus celulares, criando perfis com as fotos das vítimas em redes sociais para pedir dinheiro ou convencendo as pessoas a clicarem em links que permitam fazer download de arquivos maliciosos que, se executados, monitoram tudo que é feito no computador, inclusive as senhas digitadas ou transmissão de outras informações sensíveis.

Também são comuns links que direcionem o internauta a acessar sites de comércio eletrônico ou de leilões de veículos semelhantes aos verdadeiros. Os produtos são adquiridos e pagos pelas vítimas, todavia nunca serão recebidos.

Outra fraude muito comum envolve a criação de um site semelhante ao site de instituições financeiras, sendo que a vítima preenche seus dados, como se estivesse acessando sua conta bancária. Depois de um tempo, quando a vítima acessa seu extrato, observa que foi retirado dinheiro de sua conta.

Outro tipo de fraude muito comum é a "clonagem do WhatsApp" que ocorre porque o criminoso entra em contato com a vítima e pede para ela informar um código de segurança que será enviado via SMS dentro de alguns minutos. O problema é que o código de segurança informado é aquele utilizado para instalar o WhatsApp da vítima no celular do criminoso. Depois disso o criminoso passa a pedir dinheiro para familiares e amigos das vítimas. Chama a atenção a criatividade dos criminosos que criam as mais variadas justificativas para convencer as vítimas para que informem o referido código.

Um modo de evitar esse tipo de crime é não informar para outras pessoas o código de segurança recebido via SMS e configurar a "confirmação em duas etapas” do WhatsApp que envolve habilitar um e-mail e um PIN de segurança de seis dígitos.

A partir da configuração dessa segunda camada de verificação, para que o criminoso consiga clonar o telefone da vítima será necessário que ele saiba o código de segurança recebido via SMS e o PIN de segurança que a vítima escolheu ou que a vítima clique em um link recebido por e-mail para desabilitar a “confirmação em duas etapas”.

Outro tipo de fraude que tem ocorrido com frequência é o chamado “WhatsApp Fake”. Nestes casos o criminoso habilita uma conta de WhatsApp com um número qualquer e utiliza a foto de um alvo para pedir dinheiro para seus amigos e familiares. Para evitar isso é necessário conversar sobre esse tipo de golpe com pessoas próximas para que não façam transferências quando solicitado pelo WhatsApp ou outras redes sociais ou que confirme por outros meios que a solicitação é verdadeira. Também é recomendável que configure a privacidade da conta do WhatsApp para que a foto de perfil seja vista apenas pelos contatos do usuário.

Importante também tomar muito cuidado com as informações publicadas nas redes sociais que atraiam a atenção de criminosos ou que facilitem eventuais golpes praticados por eles. É recomendável habilitar a configuração de privacidade que permita que as publicações da vítima sejam acessadas somente pelos seus amigos.

Muitas fraudes envolvem a utilização do PIX e se nota que aumentou a possibilidade de prejuízos, considerando que permite, em qualquer horário, de forma rápida e simplificada, a transação financeira de modo que facilita a ação do criminoso e muitas vezes impede que a vítima tenha tempo hábil de bloquear a transação.

O uso ético e seguro dos recursos tecnológicos é o modo mais eficaz de evitar que as pessoas se tornem vítimas de criminosos no ambiente digital, sendo necessário que esse tipo de reflexão faça parte da rotina das pessoas, nos lares, escolas, ambientes laborais e instituições religiosas.

*Higor Vinicius Nogueira Jorge é delegado de polícia, professor da Academia de Polícia de São Paulo, Ministério da Justiça, MeuCurso, CERS, EBRADI e ADESG e autor de livros. Mais informações podem ser obtidas no site www.higorjorge.com.br.