A Greve dos Funcionários da Santa Casa de Santa Fé do Sul que chegou ao final na tarde de sexta feira (23) até poderia ser evitada se a situação financeira do hospital estivesse equilibrada. O que não é novidade para ninguém que o caixa do Hospital não vem bem há meses, anos talvez.
Com uma dívida impagável de cerca de R$17 milhões, o Hospital está sem receber emendas parlamentares e recursos de programas financiados pelos governos há vários anos. O Hospital era considerado Inadimplente, ou seja, não possuía a Certidão Negativa de Débito – CND que somente foi recuperada no final de 2014.
Segundo a administração do hospital, há um déficit mensal de cerca de R$200 mil, gerados pelo auto custo da manutenção da entidade, baixa remuneração dos procedimentos realizados através do convênio SUS, e alguns atrasos de repasses do governo do estado, intermediados pela Prefeitura e outros pelo CONSAGRA, Consorcio de Saúde dos seis municípios da Comarca.
A decisão de iniciar a Greve em janeiro/2015 foi a gota d’água. A situação foi amenizada lá no mês de dezembro, no dia 19, quando os funcionários que estavam com os salários de novembro atrasados e sem receber a segunda parcela do 13º iam parar, mas deram mais uma chance para a direção do hospital. Um acordo evitou a paralisação do atendimento no final do ano passado. Acordo que segundo o Sindicato da Categoria deixou de ser cumprida na última quarta feira (20/1). A saída então foi cruzar os braços e atender somente os casos de Urgência e Emergência.
O Hospital e a Prefeitura Municipal atribuíram os atrasos ao Governo Federal que não havia depositado os repasses do Fundo Nacional de Saúde nos prazos regulares (que era até o dia 5) e somente foram depositados no dia 22 de janeiro.
Mas porque apenas a Greve foi instalada em Santa Fé do Sul, e não em outras cidades que também não receberam os recursos federais nos prazos pré-definidos em convênios? Essa pergunta ainda não foi respondida. Nem para o Sindicato nem para a população vieram as respostas.
Ao que tudo indica a “bola de neve” dos déficits mensais seja a justificativa a ser dada. Déficit que será um dos principais desafios da nova Provedoria da Santa Casa que será assumida pelo pecuarista José Biscassi e por Elena Rosa, vice-prefeita e agora também vice provedora do Hospital, e como primeira medida deveriam mostrar abertamente para a população qual é a real situação financeira da Santa Casa.
Como fazer isso?
Primeiro: chamar toda a sociedade para abraçar a causa da Santa Casa sem fazer distinção política.
Segundo: reunir representantes do Judiciário, do Ministério Público, Clubes de Serviços, Igrejas, Maçonarias e Associações para juntos ajudarem a planejar uma vida mais saudável do Hospital.
Terceiro: Integrar Corpo Clínico (Médicos) com a direção do Hospital e os seus funcionários e renovar ideias e pensamentos, fortalecendo o que está dando certo e corrigir falhas possíveis.
Quarto: conscientizar as autoridades da região, prefeitos, vereadores, deputados e o ministro Edinho Araújo que é nascido em Santa Fé do Sul para que a situação atual da Santa Casa fique no passado, e que novos ares sejam respirados por aquela instituição.
A nova direção do hospital tem muito a fazer, mas para isso vão precisar de muito desprendimento, arrojo e diálogo para que de fato possamos dizer que A SANTA CASA É NOSSA.