O ministro dos Portos, Edinho Araújo (PMBD), que é de Rio Preto, encaminhou ontem a saída do governo Dilma. Edinho deve retornar Câmara dos Deputados e abre caminho para ficar mais próximo ao município, de olho na eleição do ano que vem. O anúncio oficial da saída da Secretaria Especial de Portos, que tem status de ministério, deve ser feita nos próximos dias pelo governo federal. O acordo para a volta de Edinho à Câmara foi definido durante reuniões que duraram todo o dia de ontem entre a presidente Dilma e a cúpula do PMDB.
A presidente pretende anunciar a esperada reforma administrativa hoje, com fusão de ministérios e fim de pelo menos dez pastas. O Diário apurou que Edinho tratou de sua saída em conversa com o vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Procurado, Edinho não se manifestou ontem. As tratativas sobre a reforma nos ministérios de Dilma também contou com outros ministros e o com ex-presidente Lula. Ele teria pedido a presidente que deixasse o anúncio oficial para a semana que vem.
Dilma viaja para os Estados Unidos na tarde desta quinta-feira. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, disse, porém, que o anúncio das mudanças irá ocorrer hoje. O PMDB pode perder pastas, mas vai assumir ministério considerado de visibilidade. A negociação foi para que o Ministério da Saúde fique com o PMDB. O deputado federal Manoel Júnior, da Paraíba, era o nome mais cotado ontem para a função. Já a Secretaria de Portos comandada por Edinho será incorporada à de Aviação Civil.
O novo formato deve ser comandado por Eliseu Padilha, também do PMDB, que hoje está na Aviação. A fusão das secretarias seria empecilho para a permanência do deputado. Até a noite de ontem, as tratativas entre partidos continuavam, mas alteração sobre saída de Edinho do governo era considerada pouco provável, segundo aliados do ex-prefeito. O ministro também viajou com Temer na semana passada para a Rússia e a Polônia.
De volta do Brasil, enquanto as tratativas sobre ministérios “pegavam fogo” em Brasília, Edinho estava em Rio Preto e colocou postagens nas redes sociais plantando árvores. Ontem, recebeu em seu gabinete no ministério o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em tom descontraído. De acordo com aliados próximos ao deputado licenciado, com o retorno à Câmara, Edinho ficará mais “presente” em Rio Preto.
Seu nome é o mais cotado pelo PMDB para ser candidato a prefeito no ano que vem, quando será definido o sucessor de Valdomiro Lopes (PSB), que deixará o comando da Prefeitura depois de dois mandatos. Edinho também foi prefeito de Rio Preto por duas vezes, de 2001 a 2008.
(Diário da Região)