07/01/2017 10h04 - Atualizado em 07/01/2017 10h38

Em noite de autógrafos escritora santafessulense lança livro de crônicas, contos e poemas.

Obra está sendo distribuída em 4 países.

O evento aconteceu na residencia dos pais Raimundo e Sueli

O livro Métricas Casuais Dois Pontos, de Mariana Ferreira que contém crônicas, contos e poemas, e foi lançado pela Chiado Editora – em Portugal – está sendo distribuído para Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde. 

Sobre a Obra:

“Era sexta feira 13 em um século sem luzes quando, como que por herança medieval às avessas (no que diz respeito a intolerância

religiosa), bombardeia-se o epicentro do iluminismo, em episódio que, a exemplo dos muitos que tomam o palco do contemporâneo, nãoencontra milímetro na linha cronológica da história. Saio pelas ruas escuras digerindo mais esta informação. Um muro diz que Cunha sai e Pílula fica. Parece mentira. Penso na PEC 215 e no terrorismo pré definido. Penso na redução da maioridade penal. Penso num primo encontrado morto aos 15 anos num morro como outro qualquer. Traficante. Pobre. Penso na Dilma e logo deixo de pensar. Deixa isso pra lá. Penso no massacre em Osasco. Penso nas escolas sendo fechadas em São Paulo. Penso no volume morto. Penso em mim e lembro que não há tempo pra isso. Penso na mídia, na Petrobras. Penso em beber. Entro no mercado e me para à porta uma senhora com fome. Deixo de beber. [...]. Penso no massacre aos Guarani Kaiowá. Penso na chuva, minguada. Penso no vento, devastador. Penso em mulheres mutiladas. Penso no estupro. Penso na ditadura. Na tortura. Penso que preciso parar de escrever. Penso que não tem rio. Não tem árvore. Ta calor. E a culpa é do El niño. [...]. Penso que o mundo pede que eu seja madura, mas meu nome me diz que sou lágrimas e lama contaminada. Mariana! Acorda! Segunda feira. No celular, um meme com a legenda “presépio depois da crise” e uma foto de um

presépio satirizado com latas de refrigerante Jesus! Maria! José! Penso em mais nada. É fogo na bomba. Em estado de choque”.

Quem é:

Mariana Ferreira tem na certidão, nas mãos pequenas desajeitadas e no nariz espaçado espalhado pela face incontida que é filha de Raimundo. Sua composição corpórea mediana – pra não dizer abaixo da expectativa – denota a matriarca de sua geração, Sueli. Sua história de infância não se dissocia do nascimento e subsequente compartilhamento de espaços e carinhos de seu irmão, Luis Felipe. Não demorou para que sua mãe angariasse ao convívio e aos desmandos cotidianos sua prima-irmã Viviane, de modo a ensinar a quem quer que fosse a essência da verdadeira família tradicional brasileira. É tudo feição do amor. Cresceu sob influência ideológica de incontáveis mudanças físicas entre cidades no interior de São Paulo, refavelando[1] suas influências musicais: “O melhor lugar do mundo é aqui e agora”.

Sua formação educacional do ensino médio foi concluída em Santa Fé do Sul, SP, tendo frequentado os colégios Objetivo (2001) e Anglo (2002 – 2005) - neste último seguiu seus estudos pré vestibular por dois anos excedentes, tão logo concluídos os graus exigidos pelo sistema educacional. Como boa aspirante a medicina, veio a tornar-se Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista – UNESP Franca – formação suficiente para entre angústias, receios, inconsistências racionais e iniciativa política em amadurecimento, migrar para a Capital, Brasília, onde até os dias de hoje aspira e inspira carinhos. Concursada pela CAIXA, trabalhou na Agência Itamaraty, na Gerência de Recuperação de Créditos e na Centralizadora de Monitoramento e Risco até alçar o espaço onde seus anseios melhor a conduziam: a CAIXA Cultural.