27/12/2014 09h17 - Atualizado em 27/12/2014 09h21

Enem - Só duas escolas públicas entre as 50 melhores na Região de Rio Preto

Em Santa Fé do Sul escolas particulares tiveram maiores notas

 

Apenas duas escolas públicas, que são técnicas, estão entre as 50 principais colocadas da região de Rio Preto no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013. É o que aponta a média de cada unidade divulgada, na última segunda-feira, pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do Ministério da Educação. O ranking (quadro ao lado), montado pelo Diário com base nas cidades em que o jornal circula, contêm a nota de 182 escolas - públicas e privadas. 

Na lista Santa Fé do Sul aparece com o desempenho das Escolas Particulares: CECAFE com nota 588,60 em 26º, Rui Barbosa com nota 573,20 e o Colégio 15 de Outubro com 564,20.


A Escola Técnica Estadual (Etec) Philadelpho Gouvêa Netto, de Rio Preto, e a Escola Técnica de Fernandópolis são as únicas públicas no "top 50". A primeira atingiu a média 594,9 e ficou na 21ª colocação. A nota, porém, caiu em relação ao Enem de 2012, em que a escola atingiu a média 609,88. Mesmo assim, ela é conhecida em toda a região pelos cursos técnicos oferecidos. As aulas, na maioria, são tempo integral e trabalham o conhecimentos prático com os alunos. 

Para o Centro Paula Souza, responsável pelas Etecs do Estado de São Paulo, a oscilação nas médias da Philadelpho são consideradas "naturais". O grau de dificuldade das provas é o principal responsável, "tendo em vista que, a casa ano, varia". Já a Escola Técnica de Fernandópolis aumentou a média e subiu algumas posições. No Enem de 2013, a unidade tirou nota 548,8 e ficou em 31ª colocada. Na edição anterior, a escola alcançou a média 576,89 e alcançou a posição 46. 

No "top 100" das escolas de Rio Preto e região, somente dez escolas públicas aparecem no ranking. Dessas, oito são Etecs. As escolas Genaro Domarco, de Mirassol, e José Jabur, de Américo de Campos, são as únicas escolas públicas não técnicas, que aparecem no "top 100". A primeira, que é estadual, atingiu a meta 525,6, e a segunda, municipal, tirou nota 526,9. Entre as 182 escolas, que tiveram as notas divulgadas, somente 82 são públicas. Fora as 10 que estão presentes no "top 100", as outras ocupam as últimas posições no ranking, com notas menores. 


Particulares no topo 

As primeiras colocações da lista montada pelo Diário, com base nos dados do MEC, foram ocupadas por escolas particulares de Rio Preto. O colégio particular London alcançou a maior média entre as 182 escoda região - públicas e privadas - que participaram no Enem 2013 e tiveram as notas divulgadas. A média foi de 643,3. Um aumento de 2014 pontos em relação à nota do Enem 2012, em que o colégio ficou em terceiro lugar. 

Em entrevista ao Diário, no começo da semana, o diretor do colégio, Pedro Acquaroni Neto, diz acreditar que o ensino em tempo integral é o principal aliado para o desempenho dos alunos. "No período da manhã acontecem as aulas, na parte da tarde a escola inteira se transforma em uma grande sala de estudos e os professores são proibidos de escrever na lousa nesse período. Eles têm que ficar com os alunos." 

No ranking do Enem de 2012, o colégio Kelvin, de Rio Preto, ocupou o primeiro lugar na classificação geral da região. No divulgado na última segunda-feira, com base na média do Enem de 2013, a escola caiu uma posição e ocupa o segundo lugar, com média de 639,8. O colégio São José, também de Rio Preto, subiu oito posições e ficou em terceiro lugar no ranking regional elaborado pelo Diário. A escola tirou nota 614,91, no Enem 2012, e 627,1, no Enem 2013. 

As notas das escolas foram obtidas por meio da média da nota das quatro provas objetivas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática), e também na redação. Dos 86 municípios em que o Diário circula, 33 cidades não apareceram na lista. Só foram consideradas na lista do Inep as escolas em que pelo menos 50% de seus alunos do terceiro ano do ensino médio participaram do Enem 2013. 


Estado despreza o papel do Enem 

Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado minimizou o dessempenho das escolas públicas. Afirmou que o Enem é uma avaliação do desempenho do aluno, que participa voluntariamente da prova, e não tem como objetivo avaliar os sistemas de ensino. 

A pasta afirma que a rede estadual de ensino, conforme atesta o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) divulgado neste ano, é o segundo melhor Estado do País no ensino médio, atrás apenas de Goiás, com 0,1 de diferença. A secretaria ressalta que a maior rede de ensino do Brasil mantém um ensino universalizado e atende toda a demanda para a educação básica, sem seleção prévia de estudantes com base em conhecimento ou índice socioeconômico. 

O governo do Estado afirma que as ações da Secretaria da Educação não priorizam o desempenho única e exclusivamente em qualquer tipo de avaliação, mas há um constante estímulo pela melhoria da aprendizagem, no projeto de vida dos jovens e pela continuidade dos estudos. 

São Paulo desenvolveu - alega a secretaria - ao longo dos anos e com foco no Ensino Médio uma política educacional de permanência dos alunos na escola. Atualmente, mais de 227 mil alunos estão matriculados em alguma atividade extraclasse oferecida pela Secretaria da Educação, com foco principalmente no ensino médio. 

(Diarioweb)