O Informamais entrevistou o Tenente Coronel Enio Lopes, comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar de Fernandópolis que participou no dia 1 de dezembro, da 1ªAudiência Pública sobre a segurança pública em Santa Fé do Sul, realizada na Câmara Municipal, sob a coordenação do Capitão Fernando Camargo Benitez comandante da 4ª Cia. Da Policia Militar. Lopes em entrevista exclusiva prevê um ano de 2016 "tenebroso" com a manutenção da crise econômica, afirmou que a grande imprensa divulga possíveis falhas de condutas policiais que mancham a imagem da instituição e não dá espaços para as boas ações policiais, e que é a favor da redução da maioridade penal.
I+ / Como surgiu e quais os objetivos da realização das Audiências Públicas da Segurança Publica promovida pela Polícia Militar do Estado de São Paulo?
Ten. Cel. Enio Lopes: Estas audiências públicas é uma iniciativa do comando do CPI-5 através da Coronel Helena dos Santos Reis e está sendo realizada nos 96 municípios que compõem o CPI5 e consequentemente as cidade do 16º Batalhão onde está inserido a 4ª CIA - BPMI de Santa Fé do Sul. Os objetivos das audiências publicas são de tornar mais uma ferramenta da Polícia Militar se aproximar da comunidade, ouvir os anseios, sugestões, críticas e termos juntos, PM e Comunidade, criar uma sociedade mais segura, mais harmônica e prestarmos os serviços com mais eficiência para a população.
I+ / Quais as principais necessidades atuais para garantir uma melhor segurança pública?
Ten. Cel. Enio Lopes / Eu creio que a integração dos órgãos públicos relacionados à segurança pública tem sua responsabilidade e a comunidade acreditando e acionando a Polícia Militar pelo telefone 190 ajudaria muito. Também entendo que as Polícias teria que ter um poder completo de atuação e estamos pleiteando no Congresso Nacional para que a PM possa encaminhas os casos de autoria conhecida diretamente para a Justiça e isso vai ajudar na eficiência da prestação do serviço para a comunidade.
I+ / Com relação ao efetivo há falta de policiais?
Ten. Cel. Enio Lopes / O efetivo é distribuído de acordo com a análise de vários fatores considerando as particularidades de cada cidade e de cada região. A comunidade imagina que quanto mais policia, mais segurança! Eu penso diferente. Se nós estivermos irmanados e a comunidade tiver um espirito de fazer uma vizinhança solidária, estar atenta aos aspectos de segurança, a Polícia Militar ela prontamente vai atender o chamado e resolver a questão. O problema não é o efetivo e sim o respaldo da comunidade e também a atuação da Policia Militar ser completa.
I+ / Com relação ao combate as drogas, violência contra as mulheres e a legislação vigente?
Ten. Cel. Enio Lopes / Como qualquer órgão de segurança e a sociedade, temos que agir dentro da Lei. Somos Legalistas. Se a Lei existe, temos que fazer cumprir e pedir medidas penais mais duras para combater principalmente a violência contra mulher, o uso de drogas e o uso de álcool, que além de causar a violência doméstica também causa grandes ocorrências no trânsito.
I+ / Qual a sua opinião sobre a redução da maioridade penal?
Ten. Cel. Enio Lopes / A Polícia Militar é legalista, ou seja, o que está definido na Lei nós cumprimos e hoje o menor de 18 anos é inimputável e atuamos de acordo com ela. Sou favorável à redução da maioridade penal desde que haja um respaldo da comunidade que deve debater o assunto com seriedade.
I+ / O Policial é bem ou mal preparado, bem ou mal remunerado?
Ten. Cel. Enio Lopes / Não vou poder avançar muito nesta pergunta, mas o Policial Militar para ingressar faz um curso de 1 ano com uma carga de treinamento intensa e completa em todos os aspectos que exige o trabalho policial, desde o diálogo com a população até o manuseio dos equipamentos, principalmente o armamento, é uma preparação muito boa e ao longo da carreira também não paramos de nos preparar. Com relação à remuneração, isso está vinculado ao orçamento do estado, pessoalmente, se pudesse dobraria o salário do Policial Militar e a atual crise econômica também prejudica uma melhor remuneração. O Policial Militar trabalha 200 horas mensais e deveria ter uma melhor remuneração.
I+ / O senhor acha que a grande imprensa não reconhece o trabalho da PM?
Ten. Cel. Enio Lopes / Isso está bem claro, talvez por uma questão comercial, na grande imprensa isso é notório, pois os fatos de possíveis desvios de condutas do Policial são divulgados de uma forma que mancha a imagem da instituição ao passo que todos os atos bem sucedidos da Polícia, e são milhares diariamente, como prisões, combate às drogas prestação de serviços comunitários não tem espaço para divulgação. Não há como negar que a grande imprensa não divulga as milhares de ações realizadas. Hoje o Estado de São de São Paulo tem índices de homicídios iguais aos de países da Europa e nos Estados Unidos, com 8,9 a cada 100 mil habitantes e isso não é divulgado. Há muitas ações boas pra mostrar, aquilo que é uma falha da PM é noticiada com insistência, com arrogância e de forma tendenciosa.
I+ / Quais as perspectivas do comandante do 16º Batalhão de Fernandópolis para 2016?
Ten. Cel. Enio Lopes / A sociedade sofre as consequência do momento político e econômico e não há duvida que o cenário para2016 é tenebroso e a sociedade terá que ter mais paciência, porque nesse momento de crise, e se ela permanecer poderá aflorar o sentimento de mais violência e o sentimento que se prolongar a crise econômica poderá gerar um aumento na criminalidade.
