17/06/2015 19h29 - Atualizado em 17/06/2015 19h29

Grupo recebeu R$ 2 milhões do poder público, aponta investigação

Operação do Gaeco e Polícia Civil prendeu 16 pessoas nesta terça-feira por fraude e corrupção

A Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) prenderam ontem 16 pessoas, em nove cidades, suspeitas de fraudar mais de 30 licitações e cinco concursos públicos de prefeituras e Câmaras Municipais nas regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Segundo as investigações, a organização criminosa recebeu mais de R$ 2 milhões do poder público desde 2013.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de organização criminosa, fraudes em licitações, fraudes em certames públicos, falsificação de documentos, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva. As penas variam de 10 a 36 anos de prisão.

Entre os presos estão dois vereadores, três secretários municipais, quatro advogados e sete empresários. Três pessoas estão foragidas. As buscas foram realizadas ontem em seis empresas, 18 prefeituras, 11 Câmaras municipais e uma agência bancária.

O esquema era comandado pela vereadora de Pradópolis, Marlene Galiaso (PV), que utilizava a sua empresa, a Gerencial Assessoria, com sede em Ribeirão, ou indicava outras oito empresas para participar das licitações, contratadas para a realização de concursos públicos ou prestar serviços de assessoria a prefeituras e Câmaras.

O rodízio de empresas permitia que o grupo não despertasse atenção dos órgãos de fiscalização. Algumas empresas tinham sedes frias em que não havia nenhum tipo de atividade, e outras duas funcionavam no mesmo endereço.

Investigações

O promotor do Gaeco, Marcel Bombardi, explica que as investigações começaram há quatro meses, após a Promotoria de Mineiros do Tietê receber a denúncia de fraude em concurso da Câmara. “Descobriu-se que a empresa responsável, a Gerencial, estava sediada em Ribeirão e não havia só fraudado aquele concurso”, explicou.

O diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária) de Ribeirão, João Osinski Junior, destaca a integração entre as instituições e o trabalho de inteligência. “Houve uma logística muito grande, foram 200 policiais, mais de cem viaturas, 50 promotores de Justiça em 31 municípios”.

Foi decretada a prisão temporária dos suspeitos por cinco dias, renováveis por mais cinco. Em dez dias a denúncia será oferecida à Justiça. Os investigados tiveram os bens bloqueados. A operação foi denominada Q.I., em referência ao termo pejorativo para “quem indica”, em razão das fraudes nos concursos.

 

(Mais em Jornal a Cidade – Ribeirão Preto)

http://www.jornalacidade.com.br/noticias/policia/NOT,2,2,1072274,Operacao+coloca+16+pessoas+na+cadeia+por+fraude+e+corrupcao.aspx