24/07/2021 08h40 - Atualizado em 24/07/2021 08h44

Institutos de Meteorologia indicam que frio pode ser um das mais intensos neste século no Brasil

Ar polar deve ingressar no Brasil entre a terça e a quarta-feira, trazendo queda enorme da temperatura que será extremamente baixa.

Massa de ar frio de origem polar de grande intensidade vai invadir o Brasil na próxima semana e tem potencial para ser uma das mais intensas deste século a alcançar o território nacional sob um cenário de clima propício a eventos de frio extremo, Modelos numéricos analisados pela MetSul Meteorologia vem indicando de forma sistemática que será uma erupção de ar gelado muito intensa, mais forte que a de junho e a desta semana, e em alguns momentos chegam a sinalizar uma onda polar de excepcional força com magnitude raramente vista na história recente.

Modelos indicam que haveria um reforço de ar ainda mais gelado chegando no decorrer do episódio já muito frio.

O ar polar deve ingressar no Brasil entre a terça e a quarta-feira, trazendo queda enorme da temperatura que será extremamente baixa na segunda metade da próxima semana. Clique aqui e consulte a previsão do tempo para a sua cidade.

Não bastasse, no que também é pouco incomum, a linha de 0ºC no nível de 850 hPa alcança São Paulo e o Sul do Mato Grosso do Sul, ou seja, o ar polar poderia alcançar latitudes do Centro do Brasil com intensidade rara.

A massa de ar polar projetada pelos modelos é de tamanha intensidade que serão muitos dias consecutivos com temperatura média diária (calculada pelas mínimas e máximas) excepcionalmente baixas.

O período de quarta até o sábado da próxima semana deve ser o mais gelado com máximas bastante baixas no período da tarde.

A presença de nuvens, ademais, em alguns dias pode fazer com que algumas cidades de maior altitude tenham temperatura abaixo de zero o dia todo com máximas em terreno negativo. As mínimas podem ser igualmente atipicamente baixas com registros incomuns de até 10ºC negativos ou até mais frio em áreas de maior altitude do Sul do Brasil.

Nas áreas de maior altitude do Rio Grande do Sul e do Sul do Brasil valores de sensação térmica podem atingir marcas neste evento polar tão baixas quanto -10ºC a -20ºC.

Urge-se às autoridades locais que reforcem com urgência as medidas de assistência à população socialmente vulnerável, especialmente diante do crescimento da população sem teto vivendo em situação de rua, uma vez que o frio terá intensidade para causar hipotermia e morte em pessoas desabrigadas.

As projeções de geada em maior número de locais são mais para o final do período de pico da onda de frio, logo no final da próxima semana. A geada atingiria partes do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, além dos três estados do Sul.

Como se trata de um evento que vai se estender para daqui a 7 ou 8 dias, as projeções de geada hoje são preliminares e o cenário não é definitivo.

Considerando a perspectiva de vento e de frio abaixo de zero em muitos locais, é o alto risco de que se produza a chamada geada negra. Não é a forma tradicional de geada que branqueia paisagens e cobre de gelo automóveis e telhados. Trata-se de um fenômeno em que se dá a morte de vegetais por congelamento.

A probabilidade de nevar nas áreas de maior altitude do Sul do Brasil com base nos dados de hoje é muitíssimo alta. Hoje, o cenário que se apresenta, sinaliza a chance de precipitação invernal (neve em flocos, chuva congelada e/ou graupel) por demais alta nos pontos mais elevados do Sul do Brasil (cotas de altitude acima de 800 metros), chance média a alta em locais de média altitude (400 metros a 700 metros) e pequena a média em pontos de menor altitude (nível do mar a 400 metros) de diversas regiões gaúchas e do Sul do Brasil.

O que chama atenção é o indicativo de alguns destes modelos sobre a possibilidade de vir a ocorrer neve por três ou quatro dias seguidos no Sul do Brasil. Seria mais um acontecimento raro porque recentemente na onda de frio de junho tivemos o primeiro evento de neve por três dias seguidos no Sul do país desde a grande onda de frio de julho de 2000. Um novo episódio de três seguidos, um mês após o último que foi o primeiro em duas décadas, seria um fato excepcional do ponto de vista climatológico.

(com https://metsul.com/