Com o objetivo de aprofundar o vínculo entre as dioceses de Jales e de Dourados, reuniram-se os bispos das respectivas dioceses, Dom Reginaldo Andrietta e Dom Henrique Aparecido de Lima respectivamente mais o Pe. Giuliano Vittório Todesco e eu para definirmos objetivos e ações referentes à Missão UNIVIDA 2016.
Ocasião onde pude expor todo o histórico das missões humanitárias, que implantei desde 2012, convocando universitários para uma experiência de solidariedade. Este ano coordeno a 6ª edição, trazendo mais 150 voluntários, que se somam aos 600 que aqui estiveram ao longo destas missões. Esta oportunidade apresentou Dom Reginaldo à vivência da Missão UNIVIDA na Reserva Indígena.
E a realidade mostrou-se cruamente durante as visitas as aldeias Jaguapiru e Panambizinho, quando teve oportunidade de conversar e ouvir as famílias e avaliar de perto as condições de vida destes indígenas.
Sentindo as condições onde desenvolvo o trabalho da missão humanitária, nosso bispo emenda sua solidariedade ao projeto.
A cada vez que retorno a Dourados, na Reserva Indígena, sinto-me perturbado diante da enormidade do por fazer. As necessidades dos indígenas se acumulam. A fome que nunca chega a ser saciada; a educação que não é prioridade e exclui índios com formação para professor do quadro das escolas indígenas; a chuva que destruiu muitos barracos e aumentou os desabrigados; os muitos casos de dengue prejudicando ainda mais a saúde já precária; a violência bruta entre os excluídos (ambas as partes envolvidas se sentem excluídas dos seus direitos); os relatos sobre a prostituição crescente e as drogas.
Padeço-me com esta realidade que só se degrada e percebo que a minha missão é quase obrigatória, é uma resposta indignada a tamanho abandono, consternação diante do injustificável da realidade. Missão UNIVIDA 2016 é um apaziguamento, uma supressão temporária da realidade, um movimento fraterno, que nos coloca no meio deste contexto para o nosso bem!