02/12/2019 07h23 - Atualizado em 02/12/2019 07h23

No Dia Mundial de Luta contra a AIDS : 135 mil brasileiros vivem com o vírus e não sabem

Nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença no país caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018.

No dia 1 de dezembro, domingo foi comemoraro o "Dia Mundial de Luta contra a Aids", instituído desde 1988.

Matéria publicado no site da exame.abril.com.br e de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde, divulgados na sexta-feira (29), 135 mil brasileiros vivem com o vírus e não sabem. A última campanha foca na questão da testagem, com o slogan “Se a dúvida acaba, a vida continua”.

Segundo analise dos número feita por Camila Rodrigues, médica infectologista do SEAP-HC-FMUSP. "A doença já vem com um estigma e um preconceito muito grandes, e que já são 35 anos de epidemia”, diz.

Neste período, o Brasil foi visto como modelo internacional por marcos como a Lei 9.313 de 1996, que garantiu a distribuição gratuita de medicamentos antirretrovirais, e a garantia em 2013 do tratamento para todos com a terapia unificada conhecida como coquetel. O Brasil foi uma referência por ter adotado muito antes de outros países de renda média ou baixa medidas, como terapia para todo mundo, que na época pareciam uma loucura.

Vale lembrar que testagem, prevenção e tratamento estão interconectados, já que hoje está comprovado que uma pessoa com carga viral indetectável por seis meses não transmite o vírus.

No início dos anos 90, Brasil e África do Sul tinham taxas similares de infecção por HIV. Hoje, 18% da população da África do Sul tem o vírus, contra 0,4% da população brasileira.

Nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença no país caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018.

A cidade de São Paulo se tornou a maior cidade do planeta até hoje a receber o certificado por ter eliminado a transmissão vertical do HIV, ou seja, de mães que vivem com o vírus para seus bebês. Só duas outras cidades brasileiras já tinham a certificação: Curitiba, com 1,9 milhão de habitantes, e Umuarama, com 111 mil.

A maioria dos novos casos de infecção no país é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 57,5% do total, apesar de haver uma alta notável também nos casos entre idosos.