29/03/2018 18h03 - Atualizado em 29/03/2018 18h03

OPERAÇÃO DA PF - "Não fiz nada ilegal", diz Edinho que prestou depoimento nesta quinta-feira (29)

Operação investiga o presidente Michel Temer sobre decreto do Porto de Santos, que teria beneficiado empresas de forma irregular.

Assessoria da Prefeitura divulgou no início da tarde desta quinta-feira, nota sobre o caso. Leia na íntegra: 

"Edinho Araújo compareceu hoje pela manhã à sede da Polícia Federal em Rio Preto como declarante e espontaneamente. Ele respondeu a todas as perguntas feitas. Edinho nega qualquer favorecimento a empresas na época em que foi ministro e lembra que as renovações de contrato feitas em sua gestão (janeiro a setembro de 2016) foram amplamente discutidas, de forma transparente, com o Tribunal de Contas da União, AGU, ministério do Planejamento e Palácio do Planalto. Edinho ressalta que o decreto que supostamente teria beneficiado a empresa Rodrimar é do ano de 2017, época em que ele já era prefeito de São José do Rio Preto. “Não me furto a dar esclarecimentos porque estou do lado da verdade”, disse Edinho Araújo."

Operação Skala da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira, 29, levou viatura da polícia na porta do apartamento do prefeito de Rio Preto Edinho Araújo. A operação investiga o presidente Michel Temer sobre decretos do Porto de Santos, que teria beneficiado empresas de forma irregular. Edinho foi intimado a prestar depoimento. "Não fiz nada ilegal", afirmou Edinho em entrevista coletiva. O prefeito disse que é amigo de Temer.  Em entrevista coletiva no gabinete, depois de prestar depoimento na PF, Edinho afirmou que "está tranquilo". 

"É dever de todo cidadão prestar informações. O fato de ser prefeito e ter sido ministro provoca toda essa situação. Estou tranquilo. Não tenho nenhuma culpa em cartório. Não tenho nenhum receio, nenhum problema. Compareci como declarante.  O prefeito Edinho Araújo não é investigado de nada", afirmou.

Edinho disse ainda que na condição de ministro dos Portos "destravou" processos que estavam paralisados no Tribunal de Contas da União. 

Edinho foi ministro dos Portos no governo do Dilma. O coronel Lima, amigo de Temer foi preso na operação assim como o ministro da Agricultura, Wagner Rossi e seu assessor. A operação ocorre por decisão do supremo. Advogado, amigo de Temer, José Yunes, também foi preso. 

O inquérito no Supremo tramita em sigilo. A Polícia Federal não forneceu detalhes do depoimento de Edinho.

Investigação 

O Ministério Público Federal informou que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o cumprimento de mandados de prisão temporária e busca e apreensão no inquérito dos Portos. A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 29, o empresário  e advogado José Yunes, o presidente da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco, e ainda o ex-ministro de Agricultura Wagner Rossi. A ordem de prisão de José Yunes é temporária - por cinco dias.

O coronel da PM reserva João Batista de Lima Filho, o coronel Lima, também foi preso. Todos são aliados do presidente Michel Temer (MDB).

As medidas foram determinadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Instaurada em setembro do ano passado, a investigação apura suspeitas de irregularidades na edição de decreto relacionado ao funcionamento de portos.

O presidente Michel Temer (MBD) é um dos alvos da investigação e está sob suspeita de beneficiar a empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. Em fevereiro, Barroso esticou o inquérito por 60 dias.

O Decreto dos Portos foi pivô de um diálogo no dia 4 de maio entre Temer e seu então assessor Rodrigo Rocha Loures, alvo do grampo da Polícia Federal. A interceptação ocorreu em meio ao processo de delação premiada de executivos do Grupo JBS, entre eles Joesley Batista. José Yunes é amigo de Temer há mais de 50 anos e foi assessor do emedebista na Presidência. Wagner Rossi é pai do deputado Baleia Rossi. O ex-ministro foi citado na delação de executivos da J&F e da JBS.

A Polícia Federal informou que por determinação do STF "não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data".

(com Diário da Região)