25/11/2014 07h16 - Atualizado em 25/11/2014 07h16

Pedágio na Ponte / AMOP entra na Justiça sulmatogrossense para tentar impedir instalação do Pedágio

Licitação aconteceu no dia 20 de novembro

A luta contra a instalação de pedágio na Ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná, entre Rubinéia (SP) e Aparecida do Taboado (MS), chega à Justiça e ao Tribunal de Contas da União. 

O deputado federal Edinho Araújo reuniu-se com Liberato Caldeira, presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste Paulista), e obteve apoio na briga contra o pedágio. 

Nas últimas semanas, as assessorias jurídicas da associação e do deputado estudaram o caso e decidiram ir à Justiça. A Amop protocolou na Justiça Federal de Três Lagoas no Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, ações para barrar a concorrência em andamento, aberta pelo governo do Mato Grosso do Sul, para selecionar a empresa que irá explorar o pedágio na ponte pelos próximos 25 anos, renováveis por mais 25. 

Em Brasília, Edinho Araújo protocolou na Comissão de Viação e Transportes da Câmara, da qual é membro, uma PFC (Proposta de Fiscalização e Controle), solicitando auxílio do Tribunal de Contas da União para “examinar a regularidade, quanto aos aspectos constitucionais e legais”, do ato do Governo Federal que entregou a administração da ponte ao governo do Mato Grosso do Sul. 

VÍCIO DE ORIGEM 

As ações na Justiça Federal do Mato Grosso do Sul pedem a concessão de liminar para suspender os efeitos do edital de concorrência 052/2014, da Agência de Desenvolvimento do Mato Grosso do Sul, para selecionar a empresa que irá explorar o pedágio. 

Os advogados argumentam que o ato, por si, é nulo, por “vício de origem”. “A União, por meio do Ministério dos Transportes, não poderia ter firmado o Convênio 01/2014 com o Estado do Mato Grosso do Sul, porque o trecho que compreende a Ponte Rodoferroviária não consta do Plano Nacional de Viação – PNV”, diz a ação, acrescentando que o trecho da ponte só poderá ser concedido após a criação de uma lei específica, formalizando a inclusão da Ponte no PNV. “Assim, o Estado do Mato Grosso do Sul não pode abrir licitação para manutenção de trecho que legalmente ainda não lhe pertence”. 

“É justamente por isso que fiz um projeto federalizando a ponte, para acabar com esse vazio legal. O projeto já foi aprovado na Câmara e tramita em fase adiantada no Senado. Portanto, não se justifica essa cessão da ponte a um Estado que nela não investiu, atropelando projeto em andamento que obriga a União a fazer a manutenção regular da obra, sem cobrar pedágio”, afirma o deputado Edinho Araújo. 

TCU 

A Proposta de Fiscalização e Controle apresentada pelo deputado Edinho Araújo pede a atenção do Tribunal de Contas da União para dois atos: a legalidade do convênio em que a União repassa ao Mato Grosso do Sul a exploração e manutenção da ponte; e o edital de concessão de pedágio na ponte a empresa privada, lançado pelo governo do Mato Grosso do Sul. 

A PFC aponta que a delegação feita pela União ao Mato Grosso do Sul “parece não se conformar com a Art. 21, XII, e, da Constituição Federal”, que estabelece ser competência exclusiva da União “a concessão, permissão ou autorização para exploração do transporte rodoviário interestadual ou internacional de passageiros”. 

Também alega na PFC o fato da Ponte estar fora do PNV, portanto, sem condições legais de ser concedida. 

APOIOS 

A luta contra o pedágio ganhou apoios também em Mato Grosso do Sul. O governador eleito pelo Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e o deputado federal eleito Dagoberto Nogueira (PDT-MS) manifestaram ao deputado Edinho Araújo a posição contrária à cobrança do pedágio. 



PARA ENTENDER O CASO 

·A manutenção da ponte era feita pela União. 

·Em 18 de junho de 2014, por meio de um convênio, o ex-ministro dos Transportes César Borges delegou ao Estado de Mato Grosso do Sul a administração e exploração de trecho da rodovia federal BR – 158 (Aparecida do Taboado, inicio da Ponte Rodoferroviária) à Divisa MS/SP (Fim da Ponte Rodoferroviária – margem paulista). 

·O ato de concessão da ponte foi feito sem qualquer divulgação prévia ou audiência pública. 

·O Governo de MS anunciou imediatamente a disposição de cobrar pedágio na ponte e abriu concorrência para conceder sua manutenção à iniciativa privada (por 25 anos renováveis por igual período), com instalação de praça de pedágio. 

·A cobrança na travessia prejudicará as cidades próximas e irá encarecer o frete de cargas. 

·O deputado Edinho assumiu a frente na luta contra o pedágio e recebeu apoio de políticos e da Amop.

(com regioaonoroeste.com)