13/04/2019 10h50 - Atualizado em 13/04/2019 10h50

Polícia divulga fotos de envolvidos na Operação Asclépio - denuncia de vendas de vagas em Faculdade

Dois foram presos em Fernandópolis e universidade afirma ser vítima de esquema criminoso.

(com site - extranet)

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Seccional de Polícia de Assis, divulgou fotos de cinco envolvidos na Operação Asclépio, desencadeada na manhã de ontem, 12. O objetivo da publicação é que, com o apoio da população, tais indivíduos sejam identificados e responsabilizados como membros da organização criminosa. Quem souber da identidade de referidas pessoas pode auxiliar através do telefone 181 (disque denúncia), pelo e-mail cip.assis@policiacivil.sp.gov.br ou https://www.webdenuncia.org.br.  Há forte suspeita de serem de outros estados da federação.

A OPERAÇÃO

A Operação Asclépio (na mitologia grega e na romana é o Deus da medicina e da cura) foi desencadeada simultaneamente em Presidente Prudente, sendo efetuadas 17 prisões. Dois dos acusados – C.C.L., supervisor e E.B.C, coordenador – foram presos em Fernandópolis, nas dependências do Hotel Serata.

O objetivo foi apurar denúncia de um eventual esquema de fraude no vestibular para Medicina da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA), em abril de 2017. Um inquérito policial foi instaurado para apurar os crimes de organização criminosa, estelionato e falsificação de documento público e descobriu-se que integrantes do esquema “cobrava” entre R$ 80 mil e R$ 120 mil por vaga – negociados de forma parcelada ou até mediante permuta de bens e imóveis

“Com o avanço das diligências, apurou-se a constituição de sofisticada organização criminosa composta de três grupos, todos interligados: grupo familiar; grupo dos captadores e vendedores de vagas; e grupo de intermediários na Universidade Brasil", cita a Polícia.

Para a Polícia, o primeiro grupo, comandando pelo cabeça do esquema, coordenava todas as ações, “se valendo dos trabalhos de vários subordinados (seus familiares)”.

O segundo grupo surgiu da necessidade de se captar “vendedores de vagas”, por conta do alto número de alunos, só os familiares do articulador do esquema não teriam condições de atender toda a “oferta de vagas” em universidades particulares e a procura de interessados.

FERNANDÓPOLIS

O envolvimento do campus local da Universidade Brasil deriva da participação de pessoas integrantes do esquema criminoso terem possivelmente agido em certames do vestibular de Medicina, recentemente. Uma estudante, residente na cidade, teve sua residência como objeto de um dos Mandados de Busca e Apreensão, sendo recolhidos documentos físicos pelos policiais que também estiveram nas dependências da universidade. 

Duas pessoas foram presas temporariamente em Fernandópolis, mas, segundo a Polícia, elas não trabalhavam na universidade e, sim, faziam parte da quadrilha. A Polícia diz que, essas pessoas eram consideradas integrantes desta organização criminosa e ambas residem em Presidente Prudente.

NÚMEROS DA OPERAÇÃO

A operação contou com a participação de 350 policiais civis, que tiveram apoio de policiais de Minas Gerais e promotores do Estado de São Paulo.

Foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão – 13 em Presidente Prudente – e 17 de prisões temporárias.

DO OUTRO LADO

A Fundação Educacional do Município de Assis-FEMA divulgou nota oficial afirmando que todo o processo do vestibular para o curso de Medicina da FEMA é organizado e aplicado por funcionários da Fundação Vunesp.

"Sobre o processo de 2017, a FEMA descobriu inconsistências no reconhecimento dos candidatos, informou à Polícia e abriu, imediatamente, um processo administrativo interno para averiguação dos fatos. Os envolvidos tiveram suas matrículas canceladas, reforçando o compromisso da instituição com os processos legais", declarou colocando-se à disposição da comunidade e da Polícia para mais esclarecimentos.

A Fundação Vunesp, também emitiu Nota Oficial relatando "que mantém sempre atualizados os seus procedimentos de segurança, entre eles identificação datiloscópica e gravação de imagens, para garantir a lisura de todos os vestibulares realizados. O caso específico da matéria em questão está sendo conduzido pela Polícia Civil/SP”.

A Universidade Brasil, por meio da assessoria de imprensa, emitiu uma nota oficial a respeito da operação em que nega qualquer envolvimento de funcionários no esquema e informa que abriu sindicância interna para apurar eventuais responsabilidades.

“A Universidade Brasil informa que tomou conhecimento do esquema de fraude de vestibulares por meio da Polícia Civil do Estado de São Paulo, na manhã desta sexta-feira.A Instituição recebeu com surpresa e repúdio a informação do envolvimento de funcionários neste esquema e já abriu sindicância interna para apurar e chegar aos nomes dos responsáveis. A Universidade Brasil, como vítima de toda essa história, também se coloca à disposição das autoridades para mais esclarecimentos e auxílio em toda a investigação”. 

Outra nota circulante no portal da instituição afirma que a Universidade Brasil irá tomar medidas judiciais cíveis e criminais contra a propagação de informações falsa que circularam por meio digital de que a quadrilha de estelionatários estaria agindo em nome da universidade.

Ela também enaltece os processos de ingresso em seus cursos, afirmando que a graduação depende de aprovação prévia em rigoroso e criterioso processo seletivo, dotado de ampla publicidade e transparência.