18/01/2016 15h23 - Atualizado em 18/01/2016 15h23

Polo da Funec em Jales: Disputa de ganha-ganha

Por Deonel Rosa Junior - Jornal de Jales

 

 

A intenção da Fundação de Educação e Cultura de Santa Fé do Sul de instalar um polo do curso de Direito em Jales serviu, no mínimo, para dar uma boa chacoalhada no limoeiro do imobilismo, marca registrada do primeiro mês do ano, historicamente arrastado e modorrento.
Assim que a notícia foi veiculada na primeira edição do Jornal de Jales, em 3 de janeiro, e repercutida nos demais veículos de comunicação, os meios políticos e acadêmicos da cidade ficaram alvoroçados.
Em primeiro lugar, porque, pelo sim ou pelo não, trata-se de uma boa notícia que serviu para desanuviar o ambiente administrativo, que andava bastante pesado por conta da situação de penúria dos cofres municipais, cuja face mais visível foi a decisão do prefeito Pedro Manoel Callado Moraes (PSDB) de trancar a Prefeitura e só retomar os trabalhos normais no dia 4 de janeiro. Na verdade, ele não tinha para onde correr, eis que não havia dinheiro nem para abastecer seu carro oficial, como registrou o J.J.
Por outro lado, as tratativas entre os prefeitos Armando Rossafa Garcia, de Santa Fé do Sul, e Pedro Callado contemplaram ainda a possibilidade de que o curso de Direito seja o primeiro de uma série que a Funec pretende instalar em Jales a médio prazo, usando como argumento a facilidade que isso vai proporcionar aos alunos dos municípios do entorno. 
Para que a expansão se concretize, a direção da Funec , à frente o presidente Ademir Maschio, o diretor executivo Aderval Morretti e a diretora pedagógica Sâmira Ambar Lins, que também participaram da mesa de negociações, confiam no bom trânsito que a instituição tem no Conselho Estadual de Educação, que, no presente caso, dá a palavra final sobre criação ou extensão de cursos.
O papel da Prefeitura de Jales praticamente não envolve dinheiro, cabendo apenas oferecer espaço adequado para os cursos, algo que a lei permite na medida em que a Funec é uma fundação, portanto, sem fins lucrativos.
Diante do praticamente inevitável, que é a vinda da Funec, baila nos lábios dos jalesenses, até com uma certa pitada de bairrismo, uma pergunta que não quer calar.
Ao abrir as portas para a Funec, a Prefeitura de Jales não estaria, por outro lado, trabalhando contra os interesses da Unijales, que está plantada na cidade há mais de 50 anos e que foi responsável direta pelo acesso ao ensino superior de milhares de jovens, hoje bem situados na vida profissional?
Em bom português, uma instituição como a Unijales, que já foi Faficle (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jales) e FAI-Jales (Faculdade Integradas de Jales) não mereceria um melhor tratamento das autoridades?
A pergunta é pertinente, mas vale lembrar que, na prática, não faz muito sentido. Pela simples razão de que, por ostentar a condição de Centro Universitário, a Unijales tem todas as condições legais de criar os cursos que desejar tanto de bacharelado, quanto de licenciatura e de tecnologia. As únicas exceções são os cursos de Medicina ou Direito, que só podem ser criados com autorização do Conselho Federal de Educação. 
Resumo da ópera: o que poderá acontecer em Jales, em termos de ensino superior, é o típico jogo do ganha