12/09/2014 10h14 - Atualizado em 12/09/2014 10h24

Protesto / No Grito piscicultores fecham Ponte Rodoferroviária

Bloqueio vai continuar até eles serem ouvidos pelas autoridades responsáveis por UHE

Os piscicultores que estão instalados no reservatório da UHE de Ilha Solteira interditam a ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná neste momento. O protesto quer chamar a atenção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (O N S ), a CESP e o Governo de São Paulo que regula o nível do reservatório que está abaixo da cota permitida de acordo com a Política Nacional dos Recursos Hídricos em áreas de múltiplo uso, como é o caso deste reservatório.

A cota oficial de acordo com a legislação é a 323 e hoje a UHE de Ilha Solteira está operando na cota 320, que prejudica a produção de pescados em tanques redes. Este segmento que emprega cerca de três mil trabalhadores já começou a demitir funcionários devido a queda na produção e o alto custo que incide sobre  remanejamento dos parques aquícola.

O bloqueio acontece nos dois lados da ponte e tem apoio de entidades do estado de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. Caminhões das empresas instaladas na região noroeste bloqueiam as duas vias. O manifesto é acompanhado por homens e viaturas das Polícias Rodoviária Estadual e  Federal, Policia Militar de Jales, Santa Fé do Sul, Santa Clara e Aparecida Taboado e Policia Rodoviária do Estado do Mato Grosso do Sul, além do Corpo de Bombeiros. Apenas ambulâncias e socorro médico estão com trânsito liberado.

As opções para quem que entrar nos estados do Mato Grosso ou São Paulo é a região de Selviria ou Porto Alencastro. Os organizadores do protesto prometem que só irão parar o movimento quando as autoridades aceitarem conversar para que se estabeleça um diálogo para um acordo sem causar prejuízos irreparáveis à cadeia produtiva do pescado.

Entidades comerciais, agrícolas e representantes da sociedade civil estão se solidarizando como a iniciativa, mas os motoristas desavisados que estão parados no bloqueiam se queixaram alegando que apesar de considerar as reivindicações justas, eles não poderiam estar sendo prejudicados e impedidos de chegarem ao destino com as cargas. Um caminhoneiro disse que existe uma Lei que impede de viajar a noite e com esse bloqueio seu trabalho será prejudicado, ele disse que partiu de Mirassol SP com destino a Sinop.

O movimento tem a participação e apoio da AB –TILÁPIA, APROPESC, SINDICATO RURAL DE SANTA FÉ DO SUL, ANIPA, MOVIMENTO SALVE A NASCENTE DO RIO PARANÁ, COLÔNIA DE PESCADORES Z12 e ACE DE SANTA FÉ DO SUL

A APROPESC – Associação dos Produtores de Pescados de Três Fronteiras juntamente com as demais entidades já comunicaram as autoridades policiais e os representantes dos órgãos federais e estaduais sobre a medida e justificaram a decisão tomada na noite desta quarta feira (10) devido às inúmeras tentativas de diálogo com autoridades dos governos federal e estadual e com a CESP no sentido de se estabelecer um equilíbrio sobre o uso das águas do reservatório de Ilha Solteira, para que os prejuízos causados pela crise hídrica sejam divididos, e que o múltiplo uso, garantido pela política nacional de recursos hídricos, que não está sendo respeitado, e que em detrimento dos demais usos a priorização para a geração de energia elétrica, está acumulando enormes prejuízos a demais setores usuários da água e que milhares de empregos e a economia regional estão em risco em função dessa opção, diversos segmentos organizados resolveram bloquear a ponte rodoferroviária com o objetivo de chamar ao diálogo os atores responsáveis pelo setor para se estabelecer um ponto de equilíbrio na situação.

O equilíbrio ao qual se referem os representantes do movimento é a manutenção do nível do reservatório na cota oficial 323 e que não seja adotada cota 314 pretendida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico e a CESP, que significaria o caos para os setores da produção de peixes, agricultura (irrigação), turismo, pescaria esportiva e com isso vai provocar uma possível de missão de funcionários, além de queda nas vendas dos comércios das cidades que tem no turismo a sua principal fonte de receita.