Padre Lorenzo completará 50 anos de Ordenação Sacerdotal no dia 28 de junho e no próximo dia 27 de junho irá celebrar uma missa com as presenças do Bispo da Diocese de Jales Dom José Reginaldo Andrietta e o Bispo Emérito Dom Demétrio Valentini, que será realizada às 20hs00, e em razão da Pandemia do novo coronavírus, será transmitida pelas redes sociais.
A partir deste sábado, 20 de junho, o site informamais contará com detalhes a história de sua Ordenação Sacerdotal do Italiano que nasceu na cidade de Sondrio, que fica ao norte da Itália, desde o início até os dias de hoje, narrados pelo próprio Lorenzo, que relata como surgiu a o interesse pelo sacerdócio, as motivações, as dificuldades pelas quais passou, principalmente após ser “desenganado” pelos médicos, ainda recém- nascido, a superação de toda a sua famílias, sua dedicações durante os estudos etc...
(Sondrio - norte da Itália Cidade Natal do Pe. Lorenzo)
Padre Lorenzo narrará cada momento de sua vida e sua gratidão aqueles que o apoiaram e acompanharam ao longo de sua jornada de evangelização que hora se completa 50 anos. Vamos a primeira parte desta narrativa.
“Quantas vezes senti vontade de escrever a minha biografia. Desde o nascimento, até hoje, ano do meu “Jubileu de Ouro”, nunca tive a oportunidade de sentar e tentar fazer isso, buscar na minha história aquelas lembranças, recordações, os fatos marcantes com detalhes que talvez agora me são tão claros.”, disse Padre Lorenzo ao iniciar nossa pesquisa para publicar nestes próximos dias.
O início
O Nascimento
Eu, Lorenzo Longhi, nasci no dia 09 de abril de 1944 (dia de Páscoa), e por pouco me chamaram de Pasquale, mas graças a Deus que este nome não vingou, daí ficou Lorenzo por causa do padrinho, que se chamava Lorenzo. Sou de Sondrio, cidade no norte da Itália.
Filiação
Filho de Mario Michele e Dona Anna, que posteriormente tiveram mais dois filhos. Nasci no tempo de guerra, era a segunda guerra mundial, momento difícil e pode-se imaginar as dificuldades da minha família neste contexto. Não foi fácil. Infelizmente quando recém-nascido adoeci, fui acometido de uma pneumonia fulminante, (leite de minha mãe virou água), ao ponto do médico comunicar que não teria mais chances, fui literalmente desenganado pela medicina.
Minha mãe, quem me contou esse fato, recordando que ao redor do berço tinham umas freiras, já que minha família estava abrigada no convento de “São Lorenzo”, elas rezavam e diziam que eu era um anjo do céu. Foi então que houve um milagre! Consegui sair desta morte declarada!
Superação
Os primeiros anos foram difíceis devido a minha saúde fraquinha. Mesmo magrelo, doentio, venci a batalha da vida.
Lembro-me que quando tinha 4 anos ia na creche sozinho. Saía de casa passava na praça, parava na quitanda, dava ao senhor dez liras, e ele colocava na minha cestinha duas maçãs, este era o meu almoço. Recordo também que até 10 anos sempre ficava longe de minha família, uns meses, para cuidar da minha saúde.
Era tímido, falava pouco. Na escola não abria boca, até que acharam de me colocar no meio de crianças bem arteiras, foi aí que sai da timidez e fui além.
A identificação com a Igreja
Minha mãe era uma boa católica, nunca perdia uma missa, seja durante a semana seja de domingo; já meu pai, não estava nessa, não acompanhava minha mãe, era bem desligado. Homem bom, trabalhador, bastante honesto, mas infelizmente blasfemava muito, um vício! Era marceneiro, mas para redundar o salário muito baixo do mês à noite trabalhava de lanterninha no cinema, aí eu aproveitava para assistir aos filmes sem pagar nada.
Acompanhava mais a minha mãe, e nessas idas à igreja me tornei coroinha. Sendo criança gostava de me aparecer, sobretudo diante das meninas e todo bonitinho arriscava na paquera, até mesmo usando um tipo de “camisola”, vestimenta tradicionalmente muito comum para os coroinhas, onde em baixo era negra e por cima branca ou vermelha.
A juventude e os estudos
Lembro-me que gostava de uma menina, chamada Laura, mas sempre ficou no amor platônico pois ela nunca soube. Desde então, não mais a vi na minha vida. Terminei a 5ª série e decidi fazer a escola profissional, realmente não estava a fim de estudar, desejava me inserir no mundo do trabalho depois de três anos.
Profissão desejada
Queria me tornar um bom mecânico, mexer com motores, sujar as mãos de graxa; pensava e sonhava alto, poder um dia ser MECÂNICO na indústria da FERRARI, porém, não deu certo. Poderiam perguntar, o que aconteceu? Houve problemas, obstáculos, barreiras? Seria Deus, mais uma vez mexendo comigo?
Aguardem, esta história parece ficção cientifica, vou contar na próxima vez...
