17/05/2021 10h19 - Atualizado em 17/05/2021 10h19

Santa Fé do Sul / Campanha contra abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Secretaria de Assistência Social fará ações para ajudar a combater esta violência. Denuncie através do "Disque 100"

A Secretaria de Assistência Social do Município de Santa Fé do Sul lançou nesta manhã (17) a campanha de prevenção e conscientização e ao enfrentamento ao abuso e exploração de crianças e adolescentes.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é celebrado anualmente em 18 de maio. De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos, é assustador o número de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no país. Por isso, foi criada esta data com o intuito de ajudar a combater este mal que destrói a vida de milhares de jovens todos os anos.



A Secretaria de Assistência Social, Silvia Almeida disse que a data do dia 18 de maio, rugiu como o Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual Infantil em memória do "Caso Araceli", um crime que chocou o país na época. Araceli Crespo era uma menina de apenas 8 anos de idade, que foi violada e violentamente assassinada em 18 de maio de 1973. Este crime, apesar de hediondo, ainda segue impune.

Como parte da campanha, serão fixadas 5 mil flores amarelas (de papel) nos canteiros das avenidas e fixação de cartazes em prédios públicos e comércio local em Santa Fé do Sul.

A coordenadora do CREAS –  Centro de Referência Especializado de Assistência Social, Sheila Brandão (Assistente Social), falou sobre a campanha em Santa Fé do Sul, que normalmente, nesta data, são realizadas diversas atividades, sejam nas escolas e demais espaços sociais, como por exemplo palestras e oficinas temáticas sobre a prevenção contra a violência sexual, mas em razão da pandemia os temas serão abordados virtualmente com didáticas virtuais, vídeos e apresentação de cinco episódios para reflexão e combate à estes tipos de violência contra crianças.

O Psicólogo Thiago Morilha explicou que é preciso ficar atento na mudança de comportamento das crianças, por isso é importante manter o diálogo com ela. Quando a criança quando está sofrendo um abuso é extremamente submissa, criança com brincadeiras sexuais persistentes, criança reprimida, que tem uma queda muito repentina no desempenho escolar e uma criança com depressão clínica.

A criança violentada esconde, omite, porque normalmente é ameaçada pelo agressor e prefere se calar e levar este segredo para o resto da vida, sem contar para ninguém, sem ter oportunidade de ir a um psicólogo e isso morre com aquela pessoa.

O apoio da família faz que essa criança alivie a dor e a família pode leva-la a um terapeuta, aí vai conseguir falar sobre isso com mais detalhes, colocar a dor para a fora. Mas é uma ferida que, na minha opinião, ela leva para o resto da vida.”

 

Estatísticas

O histórico de violência contra crianças e adolescentes no Brasil é dramático e pode ser ainda pior, já que 70% dos agressores são os pais, que dão outra versão dos fatos nos hospitais, onde se atesta outro diagnóstico de causa morte.

A violência contra menores é sistêmica no Brasil por questões culturais e sobretudo pela impunidade aos agressores. Pelo menos 35% das crianças que sofrem agressão uma vez vão ser agredidas de novo. As que não morrem podem sofrer por anos e se tornam jovens e adultos com distúrbios, pessoas violentas e até homicidas.

Segundo o especialista, o problema ficou ainda pior na pandemia, porque os menores não têm a quem recorrer. Antes, podiam falar com a professora, com o amiguinho e com o vizinho. 

Denúncia

Para que possa intervir de forma precisa na prevenção e/ou interrupção do risco, acionando o disque denúncia através do número 100, onde não há necessidade de se identificar, ou levando ao conhecimento do conselho tutelar de sua cidade, ou recorrendo ao um CRAS Centro de Referência da Assistência Social, ou CREAS – Centro de Referência Especializado da Assistência Social de seu município, Vara da infância e juventude, Ministério Público na Promotoria da Infância e Juventude.