16/05/2019 11h33 - Atualizado em 16/05/2019 11h33

Santa Fé do Sul / Cidade deve melhorar serviços de hospedagem e deslocamentos para manter Aquishow

Expositores opinam sobre o maior evento da aquicultura brasileira e alerta para a necessidade de oferecer uma logística melhor para os visitantes.

O Aquishow Brasil de Santa Fé do Sul, Edição 2019 (10º ano), encerra nesta quinta-feira (16) a visitação ao Pavilhão de exposição das 128 empresas de várias partes do Brasil e segmentos diversos para produção, industrialização e comercialização da tilápia e também as Palestras Técnicas e Minicursos, porém na sexta-feira (17) a organização irá realizar visitas técnicas em parques aquícolas (Grupo Ambar Amaral) e Fábrica de Rações (Raguife), as 8h30m.

O site informamais está presente no evento acompanhando a movimentação da Feira que deve receber cerca de três mil visitantes até o seu encerramento, e confirmou junto aos expositores e visitantes que o Aquishow Brasil (Santa Fé do Sul) é mesmo “o maior evento do Brasil na exposição da cadeia produtiva da tilapicultura”. Esse rótulo já está atestado pelos participantes do evento de 2019.

Para alguns expositores, a 10ª Edição do Aquishow servirá de termômetro para projetar o mercado em 2020, assim superar o momento crítico que estão vivendo em 2019 e ampliar as tecnologias e novas práticas de manejos para tornar o setor mais produtivo e economicamente mais viável.

O evento de 2019 está inovando com a criação da premiação de pesquisadores que apresentaram novas ideias de politicas institucionais, produto final, academias, beneficiamento, produção – Prêmio Inovação Aquícola.

Diante dessas e outras observações, a quem diga que em razão da estrutura hoteleira, deslocamentos, transporte aéreo e rodoviário, Santa Fé do Sul poderá perder a sede do Aquishow Brasil em 2020, mas por outro lado, isso não ocorreria porque a região é o maior Polo Produtor de Tilápia em Tanques Redes do Brasil, e há grande interesse das empresas continuar participando da Feira na Estância Turística, motivados pela proximidade dos produtores de Tilápia. Ou seja, é na Região de Santa Fé do Sul que estão os consumidores dos produtos expostos durante o Aquishow Brasil.

O informamais ouviu três diretores de empresas que participaram há 10 anos do evento e deram suas opiniões sobre a possibilidade de mudança da sede do maior encontro da psicultura e aquicultura do Brasil, especialmente da tilapicultura.

Aquabel

Ricardo Neukrchneir -  Aquabel empresa que atua desenvolvimento da genética em Tilápia com sede em Londrina (Paraná) com 11 unidades em 7 estados brasileiros disse que o Aquishow 2019 está excelente e que ano a ano vem crescendo, mas alertou a cidade para melhoras nas condições logísticas para receber expositores e visitantes como na área de hotelaria que desde o ano de 2018 já demonstrou escassez de quartos e alguns deixaram de participar por falta de acomodações.

“Temos clientes e visitantes que visitaram nosso stand que se hospedaram em cidades vizinhas, distante até 40 quilômetros que de certa forma causa uma certa dificuldade em vivenciar todos os acontecimentos da Feira, como palestras, visitas técnicas, cursos e até as confraternizações”, observou Ricardo que espera que esta questão possa ser equacionada para que a cidade mantenha o evento.

O diretor da Aquabel que fez elogios a cidade de Santa Fé do Sul e a região quanto as características voltadas para a aquicultura e piscicultura, também manifestou extrema preocupação quanto as condições de transportes e deslocamentos para chegar na sede do Aquishow.

Por outro lado, Ricardo apontou categoricamente a grande vantagem da sede do evento, trata-se do maior polo produtor do Brasil, onde estão situadas as indústrias e os produtores de Tilápia e que se firmaram no mercado e estão lotadas na região e as empresas têm grane interesse que o evento se mantenha em Santa Fé do Sul. A Aquabel participa do Aquishow desde quando ele iniciou há 10 anos.

Escama Forte

Outra grande participante da Feira, há 10 anos, é a Escama Forte que tem sede no Rio Grande do Norte e que atua no fornecimento de diversos equipamentos, tudo para psicultura e carcinicultura (produção de Camarão), produtos, aditivos, suplementos, medicamentos para a saúde animal e outros.

O seu representante, Alfredo Freire foi enfático ao afirmar que as condições de hotelaria, transportes, deslocamentos podem ser sim uma dificuldade para quem vêm ao Aquishow, mas não são fatores que inviabilizam a cidade de ser sua sede, mas estes fatores poder ser revistos e melhorados.

Alfredo comentou que a rede hoteleira existente não está suportando a atual estrutura e certamente com o crescimento do Aquishow nos próximos anos serão necessários incrementos como a utilização dos ranchos localizados nas orlas do reservatório de Ilha Solteira. “É preciso organizar os ranchos e transformar em pousadas com serviços de camareiras e com café da manhã,” sugeriu.

A empresa Escama Forte alugou um rancho para o período e apesar de necessitar de adaptação ao local, que deveria ser a opção dos visitantes da Feira e quanto ao transporte é possível que a cidade e a organização do evento façam um arranjo de estrutura de apoio para os translados.

“Apesar de termos um aeroporto em São José do Rio Preto que fica a 180 km de distância, não há muitas opções de conexões aéreas, obrigando alguns participantes a três voos diferentes até chegar a Rio Preto, e também faltam alternativas de deslocamentos através de ônibus ou vans para chegar até Santa Fé do Sul”, comentou o empresário reafirmando que a maioria dos expositores são de estados bem distantes da região.

“As questões estruturais podem até ser limitantes, dificulta, mas não pode inviabilizar a sede que é o maior polo de produção e é o grande atrativo do Aquishow”, disse o diretor da Escama Forte, que também disse que em caso de mudança de sede o Aquishow Brasil, poderia ser realizado de forma itinerante, e a cada ano ser realizado em outros cidade consideradas como polos de produção, como na cidade de Paulo Afonso, na Bahia.

A Escama Forte reconhece que o Aquishow Brasil é o principal evento da piscicultura nacional, e ao avaliar o Evento de 2019, no segundo dia, foi mais movimentado que a abertura e recomendou à Organização que tivesse no período da tarde, após a abertura, mais atrativos para visitação como palestras técnicas importantes.

MSD Animal

Outro entrevistado pelo informamais foi o Diretor da MSD – Saúde Animal, André Blanch. A empresa Multinacional tem sua sede principal na capital paulista e atua em todos os estados brasileiros além de estar presente em 140 países. A empresa também participa do Aquishow desde o primeiro ano.

André disse que “o serviço de hotelaria não seja fator prejudicial para o expositor que quer estar no Aquishow, pois estes estão aqui porque estão focados no público consumidor que está instalado na região, que possui toda a cadeia produtiva do pescado”.

Blanch também comentou que a estrutura que Santa Fé do Sul têm com os ranchos existentes está sendo “mal explorada”.  Para ele os ranchos tem potencial para abrigar os expositores e confirmou que alguns clientes já alugaram ranchos e ficaram satisfeitos. “Os donos de ranchos deveriam se organizar e transformar em opção para atender com boa hospedagem os participantes da Feira”, também sugeriu o representante da MSD.

Sobre o evento de 2019, André disse que o espaço físico do evento está atendeu as expectativas da sua empresa e dois demais e não vê como problemas as questões de deslocamentos e transportes para se chegar até Santa Fé do Sul.

A MSD avalia que a realização do Aquishow 2019 mostrou tendências e está servindo de “termômetro e tomada de decisões de investimentos para 2020, após um ano ruim da tilapicultura”.

Em relação a transformação do evento em categoria internacional, André Blanch observou que se o evento crescer nessas proporções, ele deveria expandir além do segmento tilápia, para que o consumidor estrangeiro conhecesse novas espécies de pescados.