05/02/2017 15h24 - Atualizado em 05/02/2017 15h36

Santa Fé do Sul / Comitiva tentará reverter fechamento do Frigirifico JBS

Autoridades recorrerão a diretoria da empresa em São Paulo e no CADE em Brasília para evitar desemprego de 620 trabalhadores

620 famílias de trabalhadores de Santa Fé do Sul e municípios da região viverão uma semana cheia de esperanças de que seus empregos retornem depois do anúncio oficial do fechamento da Unidade do Frigorifico JBS.

Desde quinta feira (2) a empresa encerrou as atividades na cidade após anos de atividade e com destaque no mercado de carnes, inclusive na exportação de produtos para o Egito.

Uma comitiva de representantes locais, o prefeito Ademir Maschio, o presidente da Câmara Marcelo Favaleça, O presidente da Associação Comercial Norio Kobayashi e os deputados Fausto Pinato, Itamar Borges e Carlão Pignatari deverão participar de uma reunião com os diretores da empresa na capital paulista. Além do encontro em São Paulo, outra importante audiência será realizada em Brasília na Sede do CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica que é     uma autarquia federal brasileira, vinculada ao Ministério da Justiça, que tem como objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e repressão do mesmo. Em São Paulo a reunião desta segunda feira (6) será as 14h30m e em Brasília, na quarta feira as 14h00.

Em 2016, uma reunião na sede do JBS em São Paulo evitou o fechamento da unidade.

Entenda o Caso do fechamento do JBS de Santa Fé do Sul.

Segundo o CADE, pelo acordo celebrado em 2014, a JBS se comprometeu a manter as plantas arrendadas da Rodopa em funcionamento nos mesmos níveis médios de abate de bovinos realizados em 2013, ano de notificação do ato de concentração. No entanto, a empresa manteve por pouco tempo os níveis exigidos no acordo, conforme o conselheiro relator do caso, Márcio de Oliveira Júnior.

As partes também deveriam alienar uma das marcas da Rodopa e duas unidades de abate de bovinos da empresa inativas na época, por meio de venda a terceiros que não pertencessem ao grupo econômico da JBS. No entanto, constatou-se que a JBS continuou operando com a marca e que as plantas não foram vendidas. Uma dessas plantas, porém, não foi alienada devido a uma pendência judicial que já estava prevista no acordo firmado com o CADE.

Em outubro, o Cade determinou a venda de ativos e marcas da Rodopa pela JBS e multou as companhias. As sanções foram aplicadas na reavaliação de uma operação de arrendamento entre as empresas, de 2014. Na época, o conselho entendeu que o negócio poderia levar à absorção, pela JBS, de um concorrente relevante, e foi feito um acordo com as companhias em que elas se comprometeram a cumprir uma série de questões, como a venda de marcas e plantas de produção e manutenção dos níveis de abate. O CADE entendeu que o acordo não foi cumprido e determinou a aplicação de várias sanções.

A JBS informou que a decisão do CADE tornou inviável operacional e economicamente as atividades das unidades e que o volume de produção será transferido para outras fábricas da empresa nos estados. A JBS mantinha, na planta de Santa Fé do Sul cerca de seiscentos e vinte funcionários que realizavam atividades de abate e desossa.

Em outubro, o Cade determinou a venda de ativos e marcas da Rodopa pela JBS e multou as companhias. As sanções foram aplicadas na reavaliação de uma operação de arrendamento entre as empresas, de 2014. Na época, o conselho entendeu que o negócio poderia levar à absorção, pela JBS, de um concorrente relevante, e foi feito um acordo com as companhias em que elas se comprometeram a cumprir uma série de questões, como a venda de marcas e plantas de produção e manutenção dos níveis de abate. O Cade entendeu que o acordo não foi cumprido e determinou a aplicação de várias sanções.

Mobilização para reverter o fechamento.

As ações para tentar manter a unidade do JBS em funcionamento em Santa Fé do Sul já chegou no governo do estado, e segundo o ex-prefeito Toninho Favaleça um executivo da Casa Civil pediu informações do caso, que já foram levadas ao conhecimento do governador Geraldo Alckmin que deverá fazer esforços para que o JBS reveja a decisão. Como unidade exportadora, o fechamento do frigorifico também causará impacto negativo na arrecadação estadual.

Na última sexta-feira (3), na sala de reuniões do Paço Municipal, o prefeito da Estância Turística de Santa Fé do Sul (SP) Ademir Maschio se reuniu com os vereadores para discutir possíveis ações de mobilização na tentativa de reverter o fechamento do frigorifico JBS.

O Presidente da Câmara Municipal, Marcelo Favaleça, afirmou que o Legislativo está a serviço da população e que pretende ajudar da melhor maneira possível. “Estamos à disposição e juntos vamos recorrer aos órgãos competentes para tentar buscar uma solução”, disse.

“Estamos todos unidos em um só objetivo, a reabertura do frigorifico JBS. Na segunda-feira (6), vamos nos reunir na sede da JBS, em São Paulo, e na quarta-feira (15), haverá uma audiência no CADE. Continuaremos lutando junto com a nossa Câmara Municipal, deputados e toda nossa sociedade”, concluiu o prefeito.

O agendamento das reuniões foi articulado pelo deputado federal Fausto Pinato, que uniu esforços com os deputados estaduais Carlão Pignatari e Itamar Borges, o prefeito Ademir e o presidente da Associação Comercial (ACE) de Santa Fé Norio Kobayashi.

Mobilização no Estado do Matogrosso do Sul.

O governo de Mato Grosso do Sul vai procurar a JBS para encontrar uma solução para o problema que levou a empresa a suspender as atividades na unidade de Coxim. “Caso a JBS não demonstre interesse, o governo vai procurar outro grupo para assumir a planta”, informa o governo estadual, em nota divulgada nesta sexta-feira, 3.