27/05/2019 09h56 - Atualizado em 27/05/2019 09h57

Santa Fé do Sul / Durante "greve" dos médicos da Santa Casa, estrutura da UPA amparou pacientes

Em cinco dias Unidade realizou 1.328 atendimentos, fez transferências, reforçou escala de trabalho e ampliou número de médicos.

A Unidade de Pronto Atendimento de Santa Fé do Sul e Região – UPA 24 horas que é administrada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Grandes Lagos – CONSAGRA foi a sustentação do atendimento a população de toda a região durante os cinco dias de paralisação dos Médicos que cruzaram os braços para pedir reajuste dos valores pagos das horas/médicos dos plantões a distância e presencial.

O CONSAGRA que banca os custos do funcionamento da UPA com o Ministério da Saúde é composto pelos prefeitos de Santa Fé do Sul, Ademir Maschio é o presidente e, das demais cidades: Rubinéia, Santa Clara d’Oeste, Santa Rita d’Oeste, Três Fronteiras e Nova Canaã Paulista.

As negociações começaram no início de maio, mas no dia 17, sexta feira, os médicos resolveram paralisar o atendimento no Hospital que durou até a quarta feira, dia 22, as 16h00m, quando aceitaram a contraproposta dos administradores da Unidade de Saúde.

O Informamais entrevistou a diretora administrativa do CONSAGRA, a enfermeira Nathalie Gimenez que disseque apesar do aumento do fluxo de atendimento todas demandas dos pacientes foram supridas pela equipe de médicos, enfermeiros, e toda a equipe da UPA-24 horas que teve que se desdobrar para que todos recebem os cuidados necessários pela manutenção da vida das pessoas.

Segundo Nathalie, durante os cinco dias da paralisação dos serviços médicos da Santa Casa, passaram em atendimentos um total de 1.328 pacientes na UPA Regional de Santa Fé do Sul que é de Classificação “Porte 1”.

Nathalie também disse que foi necessário reforçar a equipe de assistência, enfermagem principalmente nos dias 18 e 19, no final de semana, tendo inclusive auxílio da Secretaria de Saúde que cedeu um funcionário no sábado e a Santa Casa cedeu funcionários no final de semana em todos os turnos (dia e noite).

Também foi necessário reforçar o atendimento médico no domingo, em virtude do grande fluxo de pacientes e a Unidade, segundo a diretora, incluiu mais um médico, passando para três no plantão, em virtude da necessidade de assistir pacientes que permaneceram na Unidade aguardando liberação de Vagas via Cross, para internação. “Somente no domingo colocamos três médicos no horário de pico, das 10h00m às 22h00m”.

Apesar do aumento excessivo de atendimento, a Unidade também não teve problemas com o estoque de medicamentos e materiais consumos, pois a Unidade conta com Estoque reserva considerável, explicou Nathalie.

Em alguns casos específicos de medicamentos que não constavam na lista da UPA, como antibióticos, foi necessário que os familiares dos pacientes que estavam internados e necessitavam iniciar medicação, providenciar. “Ressalto aqui a grande compreensão e colaboração destes familiares que nenhum momento questionou ou se exaltaram com reclamações”, narrou a diretora.

Quanto as necessidades de transferências de pacientes em estado mais crônico, os casos registrados no período de cinco dias foram para pacientes com suspeitas de Dengue (grave), AVC, Hemorragia Digestiva Alta, Cardiopatias e Pneumonias. Pneumonias foi o caso que mais deu entrada neste período.

Quanto a estrutura física da Unidade, Nathalie também esclareceu que a UPA Regional de Santa Fé do Sul não conta com estrutura física e humana para comportar a permanência de pacientes internados e foi necessário buscar camas na Santa Casa e adaptar em algumas salas de apoio para melhor acomodar os pacientes.

Em razão da UPA não possuir serviço de nutrição e dietética (cozinha), os familiares tinham que trazer as dietas (alimentação) dos pacientes que necessitaram permanecer na Unidade.

Nathalie ressaltou o trabalho de toda a equipe. “Tivemos muito apoio da equipe em geral aqui da Upa: enfermeiros, técnicos enfermagem e médicos plantonistas, farmácia, exames ambulatoriais, limpeza e manutenção e recepcionistas”.

Fim das negociações e retorno ao trabalho dos médicos da Santa Casa.

Parados desde o meio dia de 17 de maio e após várias negociações com a direção do Hospital e os Prefeitos da região, a Santa conseguiu apresentar uma contraproposta aos médicos que foi aceita no dia 22 de maio.

A proposta aceita pelos médicos foi de R$95,00 a hora dos plantões, o pedido inicial era de R$119,00, a partir de 1 de maio de 2019, representou um aumento de 18,75% até 31 de dezembro de 2019 e sucessivamente para os plantões de especialidades a distância. Também propôs que a partir de janeiro de 2020 a Santa Casa passará a pagar o valor de R$100,00.