30/07/2015 12h04 - Atualizado em 30/07/2015 15h06

Santa Fé do Sul / Médicos começam a paralisar atendimento à pacientes do SUS na Santa Casa

Profissionais reclamam falta de pagamento de plantões. Atraso é de quase R$1 milhão

Sem receber os plantões do mês de Junho, Médicos das Especialidades de Ginecologia e Obstetrícia suspenderam atendimento à pacientes do SUS, internados na Santa Casa.

Segundo apurou o Site Informamais, a decisão desses especialistas também deverá desencadear a paralisação dos profissionais de Clínica Médica, Cardiologia e Ortopedia.

A Santa Casa de Santa Fé do Sul atualmente deve R$280 mil referente aos plantões que deveriam ser repassados aos médicos no último dia 20 de julho e as especialidade de Ginecologia e Obsterícia já decidiram deixar de atender os pacientes do SUS e somente garantirão atendimentos à pacientes de convênios, desde que os médicos estejam cadastrados e atendimentos particulares.

Na manhã desta quinta feira (30) uma mulher grávida deu entrada na Santa Casa pelo SUS e na falta de médico obstetra e ginecologista foi transferida pelo serviço de UTI-Móvel para um hospital da região. Este transporte tem um custo médio de até R$2,1 mil, se o destino for à cidade de São José do Rio Preto.

Além da dívida dos plantões médicos, a Santa Casa ainda acumula dividas de procedimentos e serviços ambulatoriais de aproximadamente R$700mil.

A receita atual do Hospital de Santa Fé do Sul é de aproximadamente de R$500 mil e uma despesa de R$800, portanto há um déficit de R$300 mil mensais que deveria ser de responsabilidade dos Governos do Estado e União, disse o secretario Carlos Rogerio Garcia.

A direção doHospital alega que os repasses dos SUS não são suficientes para manter as despesas de manutenção da entidade que também recebe mensalmente R$50 mil do CONSAGRA (Consórcio dos Municípios), R$150 mil dos repasses do governo do Estado ja realizados pela Preeitura, R$25 dos municípios da Comarca e R$46 mil referente a repasses de subvenções da Prefeitura de Santa Fé do Sul, e que estão em dia e que foram destinados ao custeio da folha de pagamento de funcionarios e custeio como energia, água, medicamentos.

A saída para resolver esta situação é opleito de um financiamento junto a Caixa Econômica Federal no valor de R$1 milhão consignado com os repasses do SUS e que ainda depende de autorização do Ministério da Saúde que burocraticamente ainda não autorizou e está deixando o hospital com caos financeiro. Enquanto isso os administradores pedem paciência do Corpo Clínico para não parar o atendimento aos pacientes do SUS que é a parcela mais pobre da população.

Outro fator que piora a situação financeira da Santa Casa é a demora na assinatura e liberação das parcelas do convênio 2015/2016 de R$3 milhões com o Governo do Estado São Paulo e o Hospital.

O diretor técnico do hospital Luiz Cesar Rodrigues disse que o impasse entre o Hospital e os médicos é muito grande porque os profissionais não estão recebendo os repasses do SUS e de Convênios desde janeiro de 2015 e lembrou que os plantões médicos que deveriam ser pagos no dia 20 de julho não foram quitados na data acertada e o descontentamento é total entre os médicos plantonistas. “Há insegurança entre os médicos porque não estão sendo cumpridos os compromissos de pagamentos nas datas concordadas entre as duas partes”, disse Rodrigues.

O diretor técnico disse também que somente os casos de extrema emergência serão atendidos via SUS e que a Clinica Médica e Cardiologia deverão adotar os mesmos procedimentos de atendimento enquanto não resolver as pendências financeiras. Cada Clinica estará se reunindo com a direção do Hospital para definir se param ou não o atendimento dos pacientes do SUS.

Para Luiz Cesar "o médico trabalhou e precisa receber, porque o dinheiro do convênio do SUS foi repassado e os médicos não receberam desde janeiro pelos serviços prestados, e que os médicos estão bancando o funcionamento da instituição", deixando a entender que os repasses dos médicos foram desviados para manter outros custos do hospital.

O Provedor José Biscassi disse “que só pagará a divida se tiver dinheiro no caixa”, o que não existe hoje e aguarda a liberação do financiamento solicitado junto a Caixa e o Ministério da Saúde. “Até agora quem manteve o hospital aberto foi o prefeito Armando Rossafa”, afirmou Biscassi.

Biscassi disse que "a empresa dos médicos é o Hospital e pediu um tempo e que aguardem a possível liberação do empréstimo que está sendo solicitado”, e espera que a população não seja prejudicada com a possível paralisação do atendimento.

Para encerrar, Biscassi pediu aos médicos que “pare e pense, coloquem os pés no chão” e pediu compreensão e que não deixe de atender a população.