14/01/2019 10h33 - Atualizado em 14/01/2019 10h40

Santa Rita D'Oeste / Somente necropsia vai poder apontar causa da morte de jovem de 17 anos

Daniela Adamo faleceu no sábado e mesmo após 1h30m de reanimação cardiopulmonar, não resistiu.

Foi sepultada no início da noite deste domingo (13) em Santa Rita D’Oeste a jovem Daniela Adamo de 17 anos. A causa da sua morte está sendo investigada pelo Serviço de Verificação de Óbito de São José do Rio Preto.

Na manhã desta segunda-feira (14) o médico Daniel Tadeu Cabral Delega que é o diretor clínico da Santa Casa e diretor técnico da UPA concedeu uma entrevista ao site informamais para esclarecer os procedimentos e atendimentos prestados a jovem que veio a falecer por volta das 23h00, quando já chegou sem os sinais vitais no Pronto Atendimento da Santa Casa, levada ao PA por familiares. O site também ouviu o Médico Neurologista doutor Jose Maria Ferreira dos Santos que atendeu a paciente no Hospital com o auxílio da Cardiologista, a doutora Mary Lucila Bocangel Bravo. 

O diretor informou que todos os protocolos de atendimento padrão na emergência e no hospital foram realizados e que somente o Serviços de Verificação de Óbito – SVO irá apontar a causa principal da morte da jovem.

“A paciente foi atendida em dois episódios na UPA e toda a condução da paciente pela enfermagem e orientações médicas foram dentro dos padrões e ela recebeu alta após melhoras dos sintomas que ela se queixou durante a consulta e baseando-se sempre nos exames realizados e orientada de forma veemente para retornar a Unidade caso os mesmos sintomas que ela se referia, voltasse a se manifestar. Os exames laboratoriais não apresentaram alterações clínicas importantes e recebeu altas pelos profissionais médicos”, salientou Daniel Delega que ainda informou que foi constado o óbito ao dar entrada na Santa Casa mesmo após a realização de procedimentos de reanimação cardiopulmonar (RCP).

Daniel e a diretora administrativa da UPA, Nathalie Gimenez garantiram que a paciente recebeu todo o aparato  médico e de exames da UPA e também na Santa Casa para a identificação diagnóstica para prestação do socorro, mas que ela não resistiu a parada cardiorrespiratória e veio a falecer.

O prontuário de atendimento na UPA informa que no sábado, dia 12 de janeiro, Daniela procurou atendimento as 6h55m com queixas de dor de garganta e vômitos, permanecendo na unidade até as 8h40 onde foi medicada, reavaliada 1h45m apresentando os sinais vitais normais e em seguida foi liberada com recomendações dos plantonistas de voltar a UPA em caso de agravamento dos sintomas que se queixava: dor na garganta e vômito.

Daniela retornou buscou novo atendimento na UPA às 16h35m e já se referia a um quadro de mal estar, porém sem queixas de dores, estava pálida com pressão baixa e sinais de prostração, ficando em observação naquela unidade de emergência até as 20h50m. Neste período ela foi atendida pela mesma equipe médica de plantão, e segundo o diretor técnico da UPA, Daniel Delega “o quadro clínico dela estava dentro dos padrões de alta, o que foi feito sob a recomendações se caso sentisse novas dores retornasse para a UPA”. Além dos exames de rotina foi solicitado inclusive o exame de gravidez que veio com resultado negativo.

No dia 26 de dezembro, a paciente Daniela Adamo deu entrada na UPA se queixando de dor lombar.

Na Santa Casa a paciente já chegou sem os sinais vitais.

O site também ouviu o plantonista do Pronto Atendimento da Santa Casa, o neurologista doutor José Maria que pediu o auxílio da cardiologista doutora Lucy que em conjunto com uma equipe de 10 enfermeiros tentaram a reanimação da paciente que, segundo ele ao dar entrada no hospital já chegou sem os sinais vitais, mas por se tratar de paciente muito nova, de 17 anos, buscaram todos os recursos para reanima-la.

“Por volta das 22h00m ela já chegou com as pupilas dilatadas não reagindo à luz, último sinal que o cérebro pede, sintoma que indicaria a morte cerebral”, explicou José Maria.

O médico também informou os procedimentos realizados, mesmo com sinais identificados da morte da paciente, usando toda a estrutura técnica e humana da Santa Casa.

Foram realizadas duas cardioversão (procedimento de rotina utilizada no cuidado de pacientes, consiste em aplicar uma breve descarga elétrica através do coração para despolarizar, de forma sincronizada, todo o miocárdio), foram feitas noradrenalina venosa e atropina venosa para estimular o miocárdio, acompanhada de massagens cardíaca por um período de meia hora com utilização da ventilação mecânica com intubação orotraqueal e exame de imagem do crânio por tomografia computadorizada.

“Durante a tentativa de reanimação de Daniela, trabalharam 10 enfermeiros, dois médicos que cumpriram todo o protocolo de reanimação por uma hora e meia em uma paciente que já chegou com parada cardiorrespiratória, e os médicos mesmo assim não abririam mão de tentar reanima-la, tanto na parte cardíaca quanto na respiratória”, disse José Maria que também demonstrou muita consternação de toda a equipe envolvida na tentativa do socorro a paciente.

Diante de tantas dúvidas para identificar a morte da jovem, o corpo foi enviado para São José do Rio Preto, a pedido do médico José Maria, que não assinou o atestado de óbito e solicitou a necropsia para esclarecer a causa mortis, e não haver precipitação nas informações aos familiares. O resultado da necropsia deve sair em 30 dias.