25/06/2020 17h45 - Atualizado em 25/06/2020 17h45

"50 anos de Ordenação do Pe. Lorenzo - A 1ª Destinação e a 1ª Missa"

Pároco da Paróquia São João Batista de Santa Fé do Sul vai comemorar data com missas virtuais neste fim de semana.

O Padre Lorenzo completará 50 anos de Ordenação Sacerdotal no dia 28 de junho e no próximo dia 27 ele participará de uma celebração com as presenças do Bispo da Diocese de Jales Dom José Reginaldo Andrietta e o Bispo Emérito Dom Demétrio Valentini, que será realizada às 20hs00, e em razão da Pandemia do novo coronavírus, será transmitida pelas redes sociais.

O site informamais está reproduzindo a Biografia narrada pelo próprio Lorenzo contado detalhes a história de sua Ordenação Sacerdotal. Um Italiano que nasceu na cidade de Sondrio, que fica ao norte da Itália, e neste episódio conheça a narrativa de dois momentos importantes a 1ª Destinação e a Celebração da 1ª Missa.

(Campodolcino )

A PRIMEIRA DESTINAÇÃO

Nos dois meses de espera e de férias, me coloquei a disposição das várias paróquias celebrando missas ou outras atividades pastorais.

O coração ficava cada vez mais ansioso, na espera da destinação, da primeira destinação pastoral, como padre. Em que paróquia o bispo ia me mandar para iniciar a minha vida sacerdotal!!!

O DIA CHEGOU! Uma carta da diocese me foi entregue. Aí fui abrindo devagar, de coração na mão e no mesmo tempo confiante na vontade de Deus, rapidamente li: Cooperador de Campodolcino (SO), uma paróquia no Vale Spluga (vale na divisa com a Suiça). Lugar de turismo, com aproximadamente uns 1500 habitantes, numa altitude 1100 acima do nível do mar, onde o inverno era muito frio e com neve; e verão quentinho, com muitos turistas.

Padre Geremia, foi nomeado naqueles meses pároco deste rebanho e a partir do mês de agosto começamos as nossas atividades pastorais, sempre em boa sintonia. Eu cuidava da juventude e das crianças, recebi carta branca para cooperar neste trabalho!

Lá, cada um ficava na sua casa, eu no centro pastoral e ele na casa paroquial. Fiquei nesta paróquia por 5 anos. Trabalhei sem economizar energia, dia e noite, envolvendo muito a juventude, as crianças com os pais. Até hoje o pessoal se lembra destes anos com muita saudade!!!

Também assumi como pároco duas pequenas comunidades: Pianazzo e Isola, dois lugarejos com poucas famílias. Com a juventude montamos uma companhia teatral, e um conjunto musical. Foi um grande sucesso! Procurados por inúmeras paróquias, para apresentações.

No verão organizava jogos, gincanas, excursões em montanha (particularmente minha paixão) com as crianças. Quantas crianças apareciam no centro pastoral, filhos do lugar e filhos de turistas. Durante o inverno a paróquia ficava vazia, uma atmosfera triste, pouco movimento, pouca gente. Daí, tinha que inventar atividades para não entrar neste isolamento.

Meu primeiro carro foi um fusca 1.3, azul metálico (chamado trovão azul). O carro estava sempre lotado de meninos. Não tinha jeito, eles entravam sem pedir licença e me obrigavam dar umas voltas! O delegado, conhecido como Senhor Papa, estava sempre no meu pé alertando: “Padre não pode”! Mas não conseguia ser obedecido.

Depois de 5 anos de trabalho pastoral (nestes anos também faleceu meu pai, tinha 62 anos), chegou uma carta do Bispo Dom Ferraroni, propondo uma nova destinação como pároco de um lugarejo perto de Varese, região onde meu irmão Padre Renato estava como vigário. Aí queriam unir os dois irmãos padres. Não aceitei! Falei que era muito novo, queria trabalhar, e não me isolar numa paróquia de 300 habitantes!

Não demorou a resposta, fui nomeado cooperador de duas paróquias Caspóggio e Lanzada, no Valmalenco! Lugar de turismo seja de inverno, seja de verão. Uma proposta que nunca havia sido feita na diocese: estar a serviço de dois párocos!

Eu aceitei com grande entusiasmo, porque podia trabalhar com jovens e crianças, mesmo num lugar muito conservador.

PRIMEIRA MISSA

O que vou me lembrar da primeira missa?

Ao meu redor além dos meus parentes, estavam muitos sacerdotes naturais de minha cidade. Eu, muito emocionado, sem palavras, me tornei tímido e acanhado.

Estava ao meu lado também meu vigário, que foi meu professor de grego e história de arte, e nessa altura me perguntava: “O que vou falar ao povo, a minha gente, diante destes sacerdotes”? Com certeza vou escorregar na minha pregação, pensava, e aí o medo me sufocava a voz! Mas com a graça Deus e a luz do Espírito Santo consegui encarar esta nova realidade e dei conta do recado! Tudo havia dado certo.

Depois da missa, e da recepção, meu irmão Gino, o mais velho da família, com os amigos dele conduziram-me a uma “Adega” repleta de salames, pernis, presuntos pendurados, pães, queijos nas prateleiras e barris cheios de vinho, tudo à vontade. Ali ocorreu a verdadeira festa dos montanheses!

Com esta festa, fora de programa encerrou-se o dia 28 de Junho.