26/06/2020 15h44 - Atualizado em 26/06/2020 15h44

"Jubileu de Ouro" do Pe. Lorenzo - A chegada em Santa Fé do Sul - 1.989

Nomeado pelo Bispo Dom Demétrio Valentine, Lorenzo assumiu também Três Fronteiras, Rubinéia, Santa Rita, Santa Clara, Nova Canãa, Esmeralda e outras.

O Site Informamais está reproduzindo os relatos oficiais do Padre Lorenzo Longhi que completará 50 anos de Ordenação Sacerdotal no dia 28 de junho, “o Jubileu de Ouro”, e no próximo dia 27 participará de uma celebração com as presenças do Bispo da Diocese de Jales Dom José Reginaldo Andrietta e o Bispo Emérito Dom Demétrio Valentini, que será realizada às 20hs00, e em razão da Pandemia do novo coronavírus, será transmitida pelas redes sociais.

Neste capítulo Lorenzo relata a chegada a cidade de Santa Fé do Sul.....

A Chegada em Santa Fé do Sul.

Cheguei no Brasil no início do mês de janeiro, bem animado pela nova missão que iria assumir. Procurei dom Demétrio em Jales, não estava, tinha viajado para o Sul, curtindo as merecidas férias.

Houve desencontros.  Ele tinha enviado antes de viajar uma carta para mim na Itália, com novas disposições! O que era? O que aconteceu?

Os padres Espiritanos tinham deixado no final do ano a diocese de Jales (cumpriram segundo a Congregação deles o compromisso com a diocese de Jales) e aí ficaram umas paróquias vacantes, entre as quais Santa Fé do Sul e a região toda.

Veio aí uma enorme surpresa! Em 1.989 Dom Demétrio, na carta que havia enviado, me destinava como vigário de Santa Fé do Sul e da região toda.  O meu sonho de coordenar o projeto missionário, ficou por enquanto guardado, na espera de outros tempos. Aceitei o novo desafio, e assumi as paróquias de Santa Fé, Três Fronteiras, Rubinéia, Santa Rita, Santa Clara, Nova Canãa, Esmeralda, Santana etc.) 

Verdade que não fiquei sozinho,  veio como colaborador Padre Atílio Benka (natural do Paraná), também a presença das irmãs assumpcionistas, que na época moravam aqui em Santa Fé e de mais duas que moravam em Santa Rita, que juntos iniciamos o trabalho pastoral, se desdobrando e muito ajudando para atender as necessidades destas paróquias (bom dizer que não desisti do sonho, era confiante que um dia ou outro ia se concretizar).

Sei anos fiquei nesta região, aprendi a amar sem economizar minhas energias. Tudo aquilo que podia fazer fiz com muita generosidade, ajudando nosso povo a revelar o rosto de Deus e da Igreja verdadeira, fiel a Jesus.

Dedicamos muito à formação de agentes pastorais, valorizando leigos e leigas, confiando a eles a missão de Cristo. Realizamos o projeto diocesano ao instituir ministros a serviço da Igreja. Formação de catequistas, grupos de jovens, para as crianças formei um coral que se exibiam em certas ocasiões, também a formação bíblica, tudo em sintonia com as prioridades da Diocese, sem dizer que na formação de “ministros instituídos” tive a ajuda das irmãs Isaura e Irene.

Foi um trabalho de três anos antes de concretizar o projeto da diocese. Santa Fé foi a primeira paróquia que “assumiu” este projeto pastoral com os leigos e leigas. No final do 1993 as irmãs assumpcionistas, depois de 29 anos de presença nesta região tomaram a decisão de sair daqui para ouros caminhos, entregaram a casa e o ambulatório para a paróquia. Lamentamos muito a saída delas pelo trabalho generoso e inesquecível em nossa comunidade.

No dia 18 de dezembro de 1994, dom Demétrio instituiu os primeiros ministros, com a missão de evangelizar, de celebrar e formar comunhão, estando a serviço da caridade. Projeto diocesano para fortalecer nossas comunidades com a participação desses novos agentes pastorais.

Em nível diocesano houve uma moderada desconfiança para aceitar este novo desafio pastoral. Santa Fé assumiu plenamente e se tornou a locomotiva para todas as paróquias. Ao longo destes anos começou a amadurecer aquele projeto missionário.

A destinação para Palmas (TO)

Veio um apelo da CNBB para as dioceses do Brasil, convidando padres para ajudar pastoralmente a cidade de Palmas, capital do novo estado Tocantins. Pronto o prato estava servido! Logo, o clero diocesano começou a considerar este apelo, a refletir sobre a necessidade ou não de assumir esta missão em Palmas. Depois de longas e sofridas reflexões chegamos a uma conclusão: Padre Lorenzo seria enviado como missionário, em nome da diocese de Jales, coordenando este projeto missionário.

Alegria para mim e tristeza para o pessoal de Santa Fé do Sul e arredores. No dia 18 de dezembro com a instituição dos ministros, houve o meu envio e a despedida. O dia 03 de janeiro de 1995 deixava Santa Fé do Sul rumo Palmas, um novo capitulo de minha vida se abria.

Pe. Lorenzo .... “bom jogador de futebol....”

No seminário pratiquei todos os esportes: futebol, basquete, volei, tenis de mesa , de quadra etc, tínhamos aulas de ginástica duas vezes por semana .Ah! Esqueci de dizer que meu pai foi um bom jogador de futebol,  zagueiro dos bons, mas  ele não quis continuar esta carreira profissionalmente, e desistiu, talvez porque via seu irmão Roberto estragando a vida com bebidas e mulheres.

OUTRO MILAGRE

A idade de 22 anos , tava frequentando o terceiro ano de Liceu, tive um ataque de apendicite, sendo necessário a internação para que desta forma fosse operado. Falaram que era uma simples e elementar intervenção cirúrgica, isso foi que falaram, logo depois de três  dias aconteceu o imprevisto: hemorragia interna, febre altíssima, uma situação crítica que piorava e  os médicos não entendiam nada o que acontecia comigo, sendo nítido que o problema ficava cada dia sem solução, e eu cada dia mais mais fraco.

A essa altura interveio o meu vigário que preocupado diante deste quadro, tratou de  falar com o diretor do hospital, para que pudessem intervir, recomendando assim aos médicos a minha saúde. Lembro bem das duras palavras, portanto  só umas palavras do diretor Dr. Foianini, que estava com a equipe médica ao redor da cama , dizendo: “O que voces fizeram com este moço !?!”.  Deu uma bronca neles e os mandou embora. Bastante cuidadoso ele tomou conta de mim. Tão logo estancou a hemorragia, fez em mim transfusão de sangue (duas  sacas), ficando internado por uns 30 dias.

Quando o diretor me deu alta, ouvi essas palavras: “ arranquei você pelos cabelos do cemitério “, e mais uma vez comprovei um outro milagre em minha vida!