12/03/2024 04h57 - Atualizado em 12/03/2024 04h57

Piscicultura venceu adversidades e cresceu 3,1% em 2023

A tilápia participou com 579.080 toneladas (65,3% do total).

O empresário Emerson Esteves (Global Peixes), diretor da Peixe SP - Associação de Piscicultores em Águas Paulistas da União, comentou os números da produção de Tilápia apontados pelo Anuário da Piscicultura (Peixe BR), publicado no mês de fevereiro. O empresário se mostrou otimista com as perspectivas de crescimento da produção na região noroeste, projetada em cerca de 20%, e reiterou as lutas do setor quanto a desburocratização do licenciamento ambiental para o setor e as questões tributárias que tornariam os custos de produção mais acessíveis.

A Global Peixe está localizada no Disttrito de Esmeralda (Rubinéia), produza cerca de 80 milhões de alevinos, e gera cerca de 140 empregos nas três unidades em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

 

Anuário 2024 

Levantamento da Peixe BR aponta avanço inferior à média dos anos anteriores, mas em bom nível devido a problemas climáticos e sanitários. O Brasil produziu 887.029 toneladas de peixes de cultivo em 2023, com crescimento de 3,1% sobre o resultado do ano anterior (860.355 toneladas), aponta levanta mento exclusivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade que reúne, fomenta, defende e valoriza a cadeia produtiva. “Indiscutivelmente, 2023 foi um ano de desafios.

Tivemos estados que foram mais prejudicados que outros devido às questões climáticas e também sanitárias. De qualquer forma, o resultado foi positivo, em que pese as adversidades. A piscicultura brasileira continua em crescimento, posicionando-se com cada vez mais relevância na vida dos brasileiros”, ressalta Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.

A tilápia participou com 579.080 toneladas (65,3% do total), os peixes nativos contribuíram com 263.479 toneladas (29,7% do total) e as outras espécies (carpa, truta e pangasius) atingiram 44.470 toneladas (5% do total).

O Paraná ampliou a liderança em produção, assim como a região Sul mantém-se à frente, já representando 1/3 do total nacional.

Nos último dez anos, o cultivo saltou de 578.800 toneladas para 887.029: +53,25%. A média de crescimento anual é bastante expressiva: 5,325%. Considerando que as exportações ainda são pouco representativas – apesar de em crescimento –, o aumento da oferta representa elevação direta do consumo interno. Atualmente, o brasileiro consome 4,35 kg de peixes de cultivo por ano.

“A produção nacional avança com consistência. Todos os estados brasileiros produzem peixes de cultivo, seja tilápia, nativos ou outras espécies. O país tem clima propício, potencial hídrico para multiplicar o cultivo atual algumas vezes e dimensões continentais. Puxada pela tilápia, a piscicultura brasileira tem representatividade crescente”, enfatiza Francisco Medeiros.

2023 foi caracterizado por problemas climáticos e sanitários, mas também por preços firmes ao produtor, como aponta o Indicador de Preço da Tilápia, medido pelo CEPEA/USP

As exportações também cresceram. No total, o país comercializou 6.815 toneladas de peixes de cultivo – com liderança expressiva da tilápia – e receita de US$ 24,7 milhões. Esse resultado é 4% superior ao obtido em 2022, como mostra o relatório da Embrapa Pesca e Aquicultura, elaborado para a Peixe BR.

Paraná já representa 24% da produção nacional

Estado líder em oferta de peixes de cultivo foi um dos que mais cresceram em 2023. Somente Minas Gerais teve maior aumento de produção (12,6%

O Paraná cresceu 9,9% em produção de peixes de cultivo – maciçamente de tilápia –, em 2023, atingindo 213.300 toneladas (24% do total nacional), não apenas consolidando a liderança entre os estados, mas ampliando a distância em relação a São Paulo, o segundo colocado, cuja produção caiu 1,2%, com produção de 75.700 toneladas em 2023.

O modelo cooperativista praticado no PR prova-se uma estratégia vencedora, assim como verificado em outras proteínas animais, como frangos e suínos. Além disso, os bons preços da tilápia durante o ano atraíram piscicultores independentes no estado.

Minas Gerais em 3o e Rondônia em 4o foi a única alteração na lista dos 10 maiores produtores de peixes de cultivo, em 2023. Minas Gerais foi o estado com maior crescimento do cultivo (12,6%). Além de PR e MG, somente MT (4,9%), SC (3,3%) e PE (0,75%) cresceram no ano passado. Bahia manteve-se estável e MA (-2,3%), RO (-1,22%), SP (-1,2%) e MS (-1%) apresentaram ligeiras quedas no cultivo.

Essa oscilação deve-se a questões de mercado e sanitárias, sendo que alguns estados receberam maior ou menor impacto dos desafios enfrentados pela atividade em 2023.

(Fonte - anuário Peixe BR 2024)