09/09/2018 11h52 - Atualizado em 09/09/2018 12h04

Santa Fé do Sul/Em oito meses foram registrados 36 ocorrências relacionadas ao suicídio; duas mortes

Segundo os registros oficiais as mulheres estão entre a maioria das vítimas. Dialogar pode ser a melhor prevenção.

Os casos envolvendo vítimas de suicídio ou suicídio tentado em Santa Fé do Sul atingiram a marca de 36 ocorrências deste o dia 1º de janeiro de 2018 até 31 de agosto, o que dá uma media de 4,5 casos por mês e em alguns meses, mais de um caso por semana.

Suicídio

Segundo levantamento junto a Polícia Militar foram dois casos confirmados de morte por suicídio, sendo uma mulher e um homem nos meses de junho e agosto, respectivamente.

Tentativa de Suicídio

Entre janeiro e agosto, foram registradas 34 tentativas de suicídio sendo que deste total, 9 foram tentados por homens e 25 mulheres. Nestes casos o uso de doses altas de medicamentos foram os métodos utilizados pelas vítimas que foram socorridas na emergência da Unidade de Pronto Atendimento – UPA - 24 horas e alguns casos encaminhados para a Santa Casa da cidade.

O mês de maio foi o mês com mais ocorrências de tentativas de suicídio: 9, sendo cinco homens e quatro mulheres. Nos demais meses do ano, Janeiro; 3 todos mulheres, Fevereiro 3, um homem e duas mulheres, março 4 registros (mulheres), abril (5); um homem e quatro mulheres, junho; 3 casos (um homem e duas mulheres), julho; 4 mulheres tentaram no suicídio e em agosto 3 tentativas de suicídio foram registradas pela Polícia Militar, sendo um homem e duas mulheres.

Setembro Amarelo

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano no mundo. Só no Distrito Federal, o número de óbitos pelo ato cresceu 56,96% entre 2001 e 2013, quando foram registradas 124 mortes. A estatística vem crescendo a galope, com aumento principalmente entre jovens — o total de suicídios de brasileiros entre 15 e 29 anos cresceu quase 10% entre 2012 e 2017, segundo o Mapa da Violência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os sinais e como ajudar
Segundo psicólogos ainda existe um tabu muito grande ao falar sobre suicídio: a pessoa não se sente confortável para conversar, teme ser julgada, recriminada ou que a família ache “mimimi”.

Normalmente não se fala sobre suicídio por simplesmente não saber como levantar o assunto sem assustar o interlocutor e quem está próximo deve ficar atento se a pessoa está se isolando, se tem algum comportamento diferente, apresenta problemas com a alimentação e deixa de comparecer a atividades sociais que gostava. São pequenos sinais, não necessariamente vão levar à morte, mas indicam que a pessoa precisa de ajuda e não sabe como pedir.

Os especialistas que estudam o suicídio chegaram a conclusão que uma pessoa pensando em se matar é como uma panela de pressão. Sofre pressões externas (a família não a entende, o estresse do trabalho, dívidas) e internas (sentimento de não pertencer, se menosprezar, não se achar importante), todas ao mesmo tempo. Conversar com honestidade sobre as emoções seria o equivalente a tirar a pressão da panela, evitando sua explosão.

Telefone 188 – Ligação gratuita para prevenção do Suicídio

Quem precisa buscar algum tipo de apoio psicológico, seja para conversar ou para um encaminhamento médico, agora não precisa mais pagar pela ligação. O número do Centro de Valorização da Vida (CVV), o 188, agora recebe ligações gratuitas de todo o Brasil. Parceria entre o CVV e o Ministério da Saúde, o número já estava disponível para 23 estados brasileiro no ano passado. Apenas Maranhão, Bahia, Pará e Paraná não eram contemplados.